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( votes)Portugal e Espanha enfrentam neste mês de agosto alguns dos piores incêndios florestais das últimas décadas, com dezenas de milhares de hectares devastados, vítimas fatais e destruição de patrimônio natural e histórico. O cenário é agravado pelo calor extremo, ventos fortes e a seca prolongada que afeta a Península Ibérica.
Situação em Portugal
Em Portugal, cerca de 4 mil bombeiros permanecem mobilizados para conter 10 grandes focos ativos, apoiados por aeronaves nacionais e internacionais. A Suécia enviou dois aviões de combate ao fogo e Marrocos prorrogou o empréstimo de aeronaves Canadair, após pedido feito pelo governo português ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
As chamas já provocaram duas mortes em território português: um ex-autarca, em Penamacor, que tentou travar o avanço do fogo, e um bombeiro voluntário que morreu em um acidente de viatura na Covilhã. Há também registro de vários feridos.
Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, já foram queimados mais de 139 mil hectares desde janeiro, 17 vezes mais do que no mesmo período de 2024. Trata-se do segundo pior ano desde 2017, quando os incêndios de Pedrógão Grande marcaram o país.
Situação na Espanha
Do outro lado da fronteira, a Espanha enfrenta temperaturas superiores a 44 °C em várias regiões e já perdeu mais de 158 mil hectares apenas em 2025. O número de mortos chega a sete pessoas, enquanto milhares de moradores tiveram que abandonar suas casas, especialmente nas províncias de Ourense e Zamora.
Entre as perdas está a paisagem cultural de Las Médulas, classificada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, onde árvores centenárias foram consumidas pelas chamas. Monumentos históricos em diferentes regiões também sofreram danos irreversíveis.
O governo espanhol acionou o Plano Estatal de Emergências e mobilizou a Unidade Militar de Emergências. Pela primeira vez, foram usados aviões Canadair da União Europeia. Bombeiros da Alemanha, especializados no combate a incêndios florestais, também foram deslocados, reforçando a resposta conjunta.
Impacto regional
Além da destruição ambiental e de infraestruturas, os incêndios levaram ao fechamento de estradas, à interrupção de linhas de trem de alta velocidade na Galícia e a uma nuvem de fumaça que cobre grande parte da Península Ibérica.
Especialistas destacam que a combinação de crise climática, ondas de calor extremo e seca prolongada coloca Portugal e Espanha em um dos cenários mais críticos desde o início do monitoramento europeu de incêndios.
Via OnuNews
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