Arte

“O que me atrai na fotografia é a capacidade de congelar o tempo”

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O fotógrafo gaúcho Dede Fedrizzi se intitula um autodidata e curioso por natureza. É perfeccionista em tudo o que faz, nas mais diversas áreas, como fotografia, tratamento de imagens, produção e edição de vídeos, direção de arte, design. “Antes de pedir para alguém fazer, tento aprender e fazer eu mesmo”, diz. Conheça um pouco mais da história e trabalho desse fotógrafo brasileiro em um bate papo com a Acontece Magazine.
Dede, por que você escolheu fazer da fotografia a sua profissão?
Perdi meus pais muito cedo. O meu pai foi um grande jornalista e o seu hobby era fotografia. Aprendi a dar valor aos momentos especiais, porque sempre soube que eles não se repetem. O que me atrai na fotografia é a capacidade de congelar o tempo. O momento fotografado fica parado no ar e pode ser revivido. É uma forma de resistir à passagem do tempo. Não gosto de fotografia sem significado.

Em que área da fotografia você se identifica mais?
Fotografo mais gente. Tanto em publicidade como em moda. Mas gosto de natureza também. Fotografar pessoas eu gosto, porque são os atores das histórias que eu invento. Pessoas são dirigíveis. Quando escolho uma modelo para um trabalho, busco mais a personalidade do que a beleza. Gosto de fotos intensas.

Onde você busca inspiração para a sua arte?
Em tudo o que atrai a minha atenção. Quando algo me atrai, automaticamente observo. E essa experiência, fica gravada no meu cérebro. No momento em que quero criar algo, essas coisas arquivadas se combinam e surgem as ideias. O meu processo criativo é todo interno. Quando executo uma ideia fotografando ou filmando, ela já foi visualizada antes na minha cabeça.

Você diz que “nasceu no Brasil, mas não acredita em países”. A sua arte te faz um cidadão do mundo?
Essa postura tem a ver com a minha experiência de vida. Eu nasci nesse planeta e acredito que posso viver onde eu quiser. Além disso, os conceitos de país ou patriotismo estão ligados à economia. Quando um país vai bem, todos querem estar lá, ser de lá. Quando vai mal, acontece o contrário. O patriotismo desaparece quando a economia vai mal. Mas no final das contas, sempre me considerei um vira-latas.

Que lugares de Miami te inspiram?
Gosto dos subúrbios, do industrial, dos lugares abandonados. Tenho uma atração forte pelo underground. Gosto de gente real, que não pretende ser o que não é. E nesses lugares a vida tende a ser mais nítida, mais fácil de enxergar. Se eu morasse em Las Vegas, me interessaria muito mais por onde moram as bailarinas, as prostitutas, os mágicos, do que a vida nos hotéis onde eles trabalham.

Fale um pouco sobre o seu trabalho em editoriais de moda e publicidade.
Moda, para mim, é um exercício de criação. Normalmente penso em um conceito, que pode ser bem simples, e ligo o botão da observação. Os lugares e as luzes vão me sugerindo as cenas. Como no editorial de moda que fiz para a Acontece Magazine de junho, onde tentei dar uma cara de verão super colorido, resistindo à tentação de fotografar biquínis na praia. Achei mais interessante no meio da rua.

Fale um pouco sobre o seu trabalho como videomaker.
Vídeos são fotos em movimento. O princípio é parecido. Considero vídeo mais fácil que fotografia. No vídeo você pode contar a história usando sons, movimentos e a câmera em várias direções. Na fotografia, você tem de contar tudo em um momento só.

Há uma frase que resuma a sua arte?
Fotografia é uma arte melancólica. Cada fotografia guarda sempre um pouco de tristeza, de um tempo que não voltará mais.
Por Connie Rocha – Foto: Bill Paparazzi – Fotos Dede Fedrizzi

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