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( votes)Se você mora no Sul da Flórida há pelo menos 10 anos, conhece ou já ouviu falar do Dr. Neri Franzon. Conhecido como o “médico dos brasileiros”, o catarinense formado em medicina em Porto Alegre (RS) chegou aos Estados Unidos em 1981 para fazer residência em clínica geral no Jackson Memorial Hospital e no Mount Sinai Hospital. Em 1983, montou a sua clínica na cidade de Fort Lauderdale, onde está até hoje, atendendo a milhares de brasileiros, em tempo integral. Sua dedicação à profissão que escolheu e o amor e respeito ao ser humano fazem do Dr. Neri um médico querido e respeitado pela comunidade brasileira. A Acontece Magazine conversou com o médico. Confira nessa entrevista.
Dr. Franzon, como você iniciou a sua carreira médica nos Estados Unidos e porque escolheu a Flórida para viver e trabalhar?
Vim para os Estados Unidos em 1981 porque naquela época existia um programa do Jackson Memorial Hospital para médicos estrangeiros. Assim, fiz residência por dois anos. Logo depois, em 1983, abri minha própria clínica em Fort Lauderdale, onde atendo como clínico-geral, além de oferecer outros serviços médicos na área de estética (botox/ Juvederm), ultrassonografia, raio-x, pediatria, vacinas, exames de imigração, pequenas intervenções cirúrgicas e o atendimento como médico de família (family doctor, em inglês).
Cuidando da saúde de tantos brasileiros há mais de 30 anos, o que você acha que mudou no perfil da nossa comunidade desde que você abriu a sua clínica?
A comunidade brasileira mudou muito desde que cheguei nesse país. Muito dessa mudança eu atribuo também às mudanças do próprio país, tanto social, quanto economicamente, nos últimos anos, principalmente depois da crise do país, em 2008, quando muitos brasileiros foram obrigados a mudar de vida e voltar para o Brasil. Essa crise também afetou os imigrantes brasileiros que não tinham documentos, não tinham seguro médico e pouca condição financeira para cuidar da saúde.
Quais os problemas mais comuns que afetam os brasileiros e como anda a saúde da nossa comunidade?
Os problemas mais comuns entre os brasileiros imigrantes são a falta de seguro saúde, a dificuldade em se comunicar com os profissionais americanos por causa do idioma e a falta da medicina preventiva. Na questão da saúde dos brasileiros são as doenças comuns a, não só brasileiros, mas a pessoas de qualquer nacionalidade: problemas neurológicos, gastrointestinais, endocrinologia, doenças pulmonares, cardíacas e doenças infantis (pediatria), entre outros.
O seu trabalho reflete no reconhecimento da comunidade. Você é praticamente o “médico da família” dos brasileiros. Isso te traz um certo orgulho?
Sou um dos médicos brasileiros pioneiros no Sul da Flórida e sinto orgulho disso, mas também fico muito feliz em ver que, hoje em dia, temos muito mais profissionais de saúde brasileiros competentes e atuando em diversas especialidades, cuidando da saúde dos brasileiros da nossa comunidade.
Os brasileiros costumam comparar o tratamento dos médicos americanos e dos médicos no Brasil. Para você qual o grande diferencial?
Há aspectos bem interessantes na medicina praticada nos Estados Unidos e do resto do mundo, não só do Brasil. Na minha opinião, os médicos americanos se baseiam muito mais na tecnologia dos tratamentos de saúde e muitos deles não dão muita importância ao tratamento personalizado (TLC) ou, podemos dizer, o jeito especial de cuidar do paciente que está doente e sensibilizado. Acho que essa é a reclamação mais comum dos meus pacientes quando precisam ser tratados por um médico americano.
Quantas pessoas trabalham na sua clínica e em quais especialidades?
Somos dez trabalhando na minha clínica, em diferentes atividades. Tenho ao meu lado a experiente Dra. Carla Revilla, especializada nos tratamentos ginecológicos, e que atende as pacientes da clínica. Também tenho um técnico em ultrassonografia e raio-x, duas assistentes (medical assistants) e outros seis funcionários, que trabalham muito para oferecer o melhor atendimento para todos nossos pacientes. Nossa dedicação é 24 horas, 7 dias da semana para todos os pacientes, sem exceção, além de termos a nossa própria farmácia no consultório.
Como é sua vida fora do consultório? O que você gosta de fazer quando não está trabalhando?
Fora do meu consultório, procuro participar dos eventos e estou sempre em contato com a comunidade brasileira. Participando e ajudando em eventos comunitários.
Após tantos anos dedicados a atender os brasileiros, alguma mensagem em especial aos seus pacientes?
O que posso dizer para os meus pacientes é que se você tem algum problema de saúde, estarei sempre pronto a te ajudar. Se eu não puder dar uma solução ao seu problema, com certeza indicarei um colega especializado e, juntos, faremos de tudo para encontrar a cura para sua enfermidade ou, no mínimo, fazê-lo se sentir melhor. Estou sempre disponível a qualquer hora do dia para fazer o que sei de melhor: cuidar da saúde dos meus pacientes.
Foto: Bill Paparazzi
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