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( votes)O museu de arte mais antigo da cidade de São Paulo, a Pinacoteca do Estado, fundado, em 1905, e voltado para a produção brasileira, acaba de inaugurar uma nova ala: a Pina Contemporânea. O terceiro prédio, os outros dois são Luz e Estação, foi erguido com recursos do Governo de São Paulo, que investiu R$ 55 milhões, e de patrocinadores privados captados pela Organização Social Associação Pinacoteca Arte e Cultura. Agora a instituição é um dos maiores museus de arte da América Latina, com mais de 22 mil m², e potencial para receber até 1 milhão de visitantes por ano.
“Localizado ao redor de uma grande praça, aberto ao parque e à livre circulação do público, a Pina Contemporânea promove o encontro e o diálogo, de forma acessível e inclusiva, fomentando a diversidade, a educação e a sustentabilidade. O novo espaço complementa os outros dois edifícios através de uma arquitetura permeável e acolhedora, e reflete o espírito de integração social presente em todos os programas desenvolvidos pelo museu, favorecendo a experimentação da arte contemporânea”, explica o diretor geral, Jochen Volz.
Em 2015, com a transferência da Escola Estadual Prudente de Moraes para um novo espaço, o local passou a ser pensado para receber o terceiro prédio da Pinacoteca. Três anos depois, o terreno foi oficialmente cedido à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. E o projeto ficou sob responsabilidade do escritório Arquitetos Associados, selecionado entre outros dez.
“Na proposta, foram mantidos os volumes arquitetônicos dos dois blocos de edifícios já existentes no terreno. Um mais antigo, atribuído ao escritório de Ramos de Azevedo, e outro mais moderno, da década de 1950. Conectando esses dois blocos, há uma grande praça pública coberta e um pavilhão onde está localizada a Galeria Praça com dois ateliês para atividades educativas e a loja do museu”, explica o descritivo da nova unidade.
No mezanino, com vista para o parque da Luz, está localizada uma cafeteria ainda não inaugurada. Já no subsolo a Grande Galeria reúne exposições, em cartaz obras do acervo da própria Pinacoteca, como fotos, por exemplo, da artista Brígida Baltar que registrou em excursões pelas montanhas, em ocasiões nas quais movimentava garrafas e utensílios vazios na intenção de capturar a atmosfera úmida das manhãs. ”Embora impossível, trata-se de um exercício interessado em perseguir o etéreo e transitório, revelando o tanto de imponderável que existe na concretude da vida”, informa o descritivo do museu sobre a obra.
A artista coreana Haegue Yang, destaque do cenário internacional de arte contemporânea, está na Galeria Praça, com a exposição “Quase Coloquial” de esculturas e papéis de parede compostos por grandes colagens abstratas como uma que retrata a cidade do Rio de Janeiro. “Yang se entende como alguém que opera do ponto de vista de uma estrangeira: Ela pode nunca conseguir falar qualquer idioma coloquialmente, mas está constantemente investigando sobre uma compreensão coletiva de forma, função e racionalidade”, descreve Jochen Volz.
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