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( votes)Há muito tempo, uma amiga, mãe de primeira viagem, me disse algo que nunca esqueci: “se fizermos uma lista de prós e contra ter filhos, a lista dos contra vai superar a outra de longe. Mas emoção a gente não coloca em lista”.
E da emoção nasce a vocação para o novo papel, que pode vir antes, durante ou depois do parto, seja quando este ocorre na maternidade, no orfanato ou assim que lhe entregam aquele “serhumaninho” para chamar de filho.
Ser mãe é – ou deveria ser – acúmulo de função e não novo cargo, daqueles que substituem o anterior: ninguém deixa de ser mulher ao se tornar mãe.
Você não é a mãe do Pedro, Flávia. Você é a Flávia, mãe do Pedro. E essa desordem de fatores altera sim o produto. Não se coloca sonhos, vontades e vaidades em segundo plano agora que o berço está cheio. Continuamos sendo prioridade com ou sem descendentes.
Mais que uma lição, o cultivo do amor próprio é uma responsabilidade dos pais para com a prole porque o exemplo arrasta. E a origem do respeito dos outros para conosco está no autorrespeito. Invariavelmente.
Seu filho não precisa lembrar de você como a motorista, a cozinheira, o caixa eletrônico e muito menos a Mulher Maravilha, mas sim como alguém que se respeita e está sempre tentando fazer o bem por si e por ele, mesmo que, às vezes, essa conta não feche. Mesmo que, às vezes, dê errado. Mães erram o tempo todo. E acertam. E depois erram de novo uma vez que o fato de ser mãe não traz as respostas, mas multiplica perguntas.
Portanto, se você deseja o melhor para os herdeiros, a receita é básica: continue buscando sucesso, felicidade e realização, pois ser mãe não é se despir do seu protagonismo para se tornar coadjuvante na própria vida.
Por isso, queridas mães: cuidem para que seus corações nunca batam fora do corpo, como alguém já repetiu por aí. Eles precisam pulsar exatamente onde estão porque, quando seus filhos procurarem abraços, é ali que eles vão querer escutá-los.
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