Ciência e Tecnologia

Deslocamento do campo magnético fez auroras boreais serem vistas fora da zona auroral

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Especialista explica porque o fenômeno foi visualizado esta semana em partes da Europa, da Ásia e dos Estados Unidos onde geralmente não aparece

Ao longo da última semana, registros de auroras boreais em países onde o fenômeno não costuma ser visto com tanta facilidade correram o mundo. Da Europa à Ásia, centenas de imagens foram gravadas e lançadas nas redes sociais, surpreendendo os fãs do fenômeno, que geralmente precisam se deslocar até os países do Ártico para visualizar as chamadas Luzes do Norte.

Desde fevereiro, auroras boreais foram vistas na Inglaterra, Bélgica, Holanda, Alemanha, Polônia, Estônia, Canadá e boa parte dos Estados Unidos. Esta semana, estados americanos como Wisconsin, Washington, Colorado, Califórnia, Novo México e Arizona entraram nesta lista de “privilegiados”. O caçador de aurora boreal brasileiro Marco Brotto, especialista em analisar as condições meteorológicas e atmosféricas que interferem na visualização das auroras boreais, explica que uma série de fatores favoráveis culminou nessa incrível atividade auroral e que as aparições atípicas têm relação com a atividade solar.

“Estamos nos aproximando de uma máxima solar, que é um período de intensa atividade do sol, com aumento no número e tamanho de manchas e erupções. Essa atividade está, no momento, muito intensa e ainda não podemos dizer se ela já chegou ao pico e começará uma decadente ou se continuará se intensificando ainda mais”, detalha Brotto.

O especialista explica que uma combinação de fatores importantes resulta na ampla visualização das auroras: “O sol apresenta buracos coronais geoativos, quando seu campo magnético se abre, permitindo que o vento solar flua para fora em velocidades mais altas. Além disso, acontecem explosões solares intensas”.

Brotto explica que a união desses acontecimentos potencializa todos eles. “A chegada do plasma emitido pelo buraco coronal, seguida de explosões, gera um forte impacto na atmosfera da Terra, que desloca o campo magnético para o sul, levando as auroras a latitudes mais baixas, chegando próximo de 45 graus”.

Como resultado, cidades fora da zona auroral vivem noites de espetáculo. “Vale frisar que, em se tratando das grandes cidades, a interferência da luz artificial e da poluição é significativa. Mas ainda assim vimos registros incríveis”.

Máxima solar e auroras boreais

A máxima solar é um período de grande interesse para os cientistas que estudam o sol e seu efeito na Terra. As erupções solares, que fazem parte desse período, lançam grandes quantidades de partículas na direção da Terra, conhecidas como vento solar. Quando essas partículas atingem a atmosfera terrestre, são direcionadas para as regiões polares, onde seu encontro com moléculas da nossa atmosfera faz com que liberem energia em forma de luz, resultando na exibição das auroras boreais.

“Portanto, quanto maior a atividade solar, mais intensas são as erupções solares e maior a quantidade de partículas que chegam à Terra, o que pode levar a auroras boreais mais brilhantes e espetaculares”, destaca Brotto.

O especialista acredita que, pelas características das últimas erupções solares, a atividade solar seguirá crescendo por mais um ou dois anos – lembrando que os ciclos de atividade solar têm em média 11 anos. “É importante destacarmos que isso não interfere na possibilidade de visualização das auroras boreais na Terra. As auroras sempre acontecerão, especialmente na região do Ártico. O que a alta solar traz de novo são essas possibilidades não tão comuns de visualização em lugares onde as Luzes do Norte não são tão frequentes”.

Ele acrescenta, inclusive, que um dos fatores importantes para a visualização das auroras é a quantidade de buracos coronais, e que essa quantidade é maior nas mínimas solares. “Por isso temos auroras durante todo o ciclo solar, sem prejuízo para os fãs do fenômeno”.

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