O treinador Patrick Marcondes e um dos seus cavalos de corrida
Entrevistas

Brasileiro é destaque na prática do turfe na Flórida

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O turfe, um dos esportes mais tradicionais do mundo, surgiu na Inglaterra por volta do século 17 e até hoje é considerado um “esporte de elite”, que movimenta bilhões em apostas de corridas de cavalos e negócios, em vários países do mundo. O brasileiro Patrick Marcondes é um apaixonado por esse esporte e o único treinador brasileiro radicado no Sul da Flórida. Ele é um dos poucos treinadores nos EUA. A Acontece Magazine entrevistou Patrick que treina no Gulfstream Park, em Hallandale Beach, e contou um pouco sobre a sua experiência. Confira.
Patrick, como o turfe entrou na sua vida? Quem te incentivou a praticar o esporte?
O turfe sempre foi parte da minha vida. Meu pai tinha cavalos no Jockey club de São Paulo, onde uma das minhas mais antigas memórias é de ele me levantando para dar uma “pedra” de açúcar para o cavalo. Toda minha infância e adolescência fiquei envolvido no turfe.

Por que você decidiu morar e praticar o esporte na Flórida?
Mudei para os EUA em 1995 e mantive o vínculo com o turfe aqui, acompanhando as corridas dos cavalos do meu pai aqui e iniciando os primeiros contatos com os treinadores daquela época, alimentando aos poucos o desejo de ser um treinador. O que anos mais tarde se concretizou.

Fale um pouco sobre o seu trabalho como treinador. Como é o seu dia a dia?
O trabalho de um treinador não tem descanso, nem sequer nas datas comemorativas, como Thanksgiving, Natal e Réveillon. O meu dia se inicia às 5 am, dentro da cocheira. É um trabalho árduo, pois há uma demanda física e psicológica. A física é o manejo desses animais, o acompanhamento dos mesmos nas pistas onde se avalia o tempo do treino e no pós treino. A psicológica seria a constante preocupação com o animal, com relação ao seu apetite (alimentou-se direito ou não), dores e principalmente o bem estar desses atletas. As refeições são feitas com quantidades específicas para cada cavalo, e incluem também uma gama de suplementos multivitamínicos para articulações etc.

Quais os cuidados que o treinador deve ter com o seu cavalo-atleta?
Manter um cavalo-atleta em plena forma requer trabalho constante pois, como eles não falam, você tem de saber como se sentem, se há dor nas patas, se tem uma gastrite… Tudo é observação. Os grandes resultados estão nos menores detalhes e numa boa relação com sua equipe, que vai desde o cavalariço, veterinário, ferreiro a jockeys e proprietários.

Treinar cavalos de corrida sempre foi o seu sonho? O que mais te fascina nessa profissão?
Sou o único treinador brasileiro radicado aqui no Sul da Flórida, e um dos poucos nos EUA. Amo o que faço. Não faria outra coisa na vida a não ser treinador de cavalos de corrida. É um misto de prazer e negócio, um negócio lucrativo onde em questão de pouco mais de 1 minuto você pode ganhar milhares de dólares. Os prêmios para proprietários são no mínimo US$ 17 mil e pode chegar a US$ 1 milhão ou até mais.

Qual o primeiro passo para começar a praticar o turfe?
Quem se interessar a entrar no turfe como proprietário deve procurar um treinador para decidir qual categoria de cavalo que tem interesse e outros trâmites que envolvem o esporte.

Na sua opinião, o turfe é um bom exemplo do mix prazer e trabalho?
Ter um cavalo de corrida é como se fosse um filho. Você fica apreensivo, você estuda os adversários no programa que sai dias antes e planeja táticas de como correr o cavalo para poder explicar ao jockey que vai montá-lo. Como disse antes, isso é uma emoção única, que pode ser aliada a um ganho monetário. Ganhar uma prova é uma experiência indescritível. Aconselho a todos a viver isso um dia.
Por Connie Rocha – Fotos: Antonio Martins

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