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( votes)A novela global “A Regra do Jogo”, que estreou no final de agosto, já está dando o que falar. Com um elenco de grandes nomes da teledramaturgia, a trama de João Emanuel Carneiro (de “Avenida Brasil”) conta com muito suspense, romance e humor. Entre as estrelas do elenco estão o protagonista Alexandre Nero (que vive o ex-vereador Romero Rômulo), Giovanna Antonelli (que interpreta Atena), Susana Vieira (Adisabeba), Vanessa Giácomo (Tóia), Bárbara Paz (como a bipolar Nelita) e muitos outros. Confira as entrevistas que Bárbara Paz e Vanessa Giácomo concederam à Acontece Magazine.
Bárbara Paz
Em uma trama em que tudo é dúbio, a sua personagem é a única com uma duplicidade diagnosticada. Como é isso?
A minha personagem é a Nelita Stewart, filha de Nora (Renata Sorrah) e de Gibson (José de Abreu), e é diagnosticada com bipolaridade psicótica. Ou seja, ela tem duas personalidades. E, para piorar, ainda tem que viver entre dois mundos. Por um lado ela é uma criatura frágil, oprimida pela família e em tratamento continuo. E por outro vive num ambiente privilegiado, numa casa milionária e aristocrática. Eu acho que o João Emanuel Carneiro trouxe essa personagem exatamente porque todo o mundo fala que é bipolar, mas a bipolaridade é uma doença e que precisa de tratamento. Essa personagem acaba sendo um serviço social que chamará atenção para esse tema. Ela não é louca, ela é doente.
Ela vive numa família cheia de contradições. Além da doença, esse ambiente também vai contagiar o caráter da Nelita?
Vai sim, como tudo nessa novela. Aqui tudo é um jogo e lá na frente a Nelita vai ter outros problemas. Mas já começa sendo duas pessoas e tendo que lidar com isso: tem uma que explode e outra que fica reclusa que nem um passarinho ferido. Vamos ver o que isso vai dar.
Com a aposta da direção de “A Regra do Jogo” na caixa cênica, algumas câmeras do estúdio vão estar ocultas como num reality show. Como é essa nova forma de trabalhar?
Essa novela é a excelência! O João Emanuel Carneiro escreve cinema para a TV. E diretora como a Amora Mautner eu nunca vi igual. Trabalhar com essa novidade que é a caixa cênica é como fazer teatro, porque você não se preocupa com a câmera. E isso é tudo o que a gente queria, não ter que se preocupar com a câmera. Isso é maravilhoso. Atriz de palco então voa!
Vanessa Giácomo
Como é a responsabilidade de ser protagonista de uma novela tão esperada como “A Regra do Jogo”?
Eu não vou pensar nisso, não vou carregar esse peso. Faço o meu trabalho de coração aberto, pronta para ouvir as informações que vêm da direção e do que esperam de mim. E é isso. De resto quando se faz um trabalho, a gente nunca sabe o que vai acontecer, se vai ou não dar certo.
Qual é a regra do jogo da Tóia, sua personagem na trama?
O meu jogo não tem regra. Me perguntam se a minha personagem é a “mocinha”, mas com o João Emanuel Carneiro (autor) não tem essa dos “bonzinhos” e dos “mauzinhos”. Tem personagens aparentemente com um caráter mais reto e outros que fazem coisas mais erradas.
A Tóia é boazinha? Bom, ela é capaz de roubar. Só que ela faz de um jeito que eu acho que não vai tirar a dignidade dela. Assistindo a novela vocês vão me dar razão.
Essas nuances de caráter facilitam ou dificultam a construção da personagem?
Qualquer personagem que seja uma coisa só é chato. O que é sempre mau é chato, o que é sempre bom é chato e o que é sempre engraçado é chato, porque a vida é feita de nuances. A gente não é uma coisa só. A gente muda a todo o momento. Ficamos nervosos, perdemos a cabeça, nos arrependemos e por aí vai. A vida é assim e a gente tem que encontrar esses caminhos para qualquer personagem que vá fazer. Só assim vamos conseguir humanizar os personagens.
Ainda com pouco tempo de gravação, está sendo fácil encontrar os caminhos da Tóia?
A Amora Mautner (diretora) tem uma coisa incrível, ela não se contenta com o bom, ela quer a excelência. Enquanto que a cena não sai como ela deseja, a coisa não fica feita. O detalhe é que ela pensa no ator o tempo inteiro, não é nem na câmera, nem no plano. O importante é se o ator ficou ótimo. E para a gente isso é um presente, é maravilhoso.
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