Foto: Inácio Ramos (Bruno Cabrerizo) e Maria Vitória (Vitória Strada)
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A nova novela das 6 , ‘Tempo de Amar’, estreia na Globo internacional na próxima terça-feira, 26 de setembro, nas Américas

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Ambientada entre Brasil e Portugal no fim dos anos 20, a trama conta a saga do casal Maria Vitória (Vitória Strada), filha do grande produtor de vinhos e azeites José Augusto (Tony Ramos), e o rapaz de família simples Inácio (Bruno Cabrerizo). Os dois se conhecem e se apaixonam em uma aldeia portuguesa, mas ele embarca rumo ao Brasil em busca de trabalho. Inúmeros obstáculos e reviravoltas aparecerão no caminho de ambos, que passam a viver lutando e sonhando com um reencontro. 

‘Tempo de Amar’ é uma novela de Alcides Nogueira, escrita em parceria com Bia Corrêa do Lago, a partir de um argumento do escritor Rubem Fonseca. Com direção artística de Jayme Monjardim e direção geral de Adriano Melo, a trama conta com grande elenco, que inclui Tony Ramos, Regina Duarte, Letícia Sabatella, Marisa Orth, Deborah Evelyn, Cassio Gabus Mendes, Odilon Wagner, Jayme Matarazzo, Bruno Ferrari, Sabrina Petraglia, Karine Teles, Lucy Alves, Nívea Maria e outros nomes.

 

Crédito: Globo/ João Miguel Júnior

 

Tempo de Amar

Por: Renata Ramos

“Tempo”, conceito tão relativo, abstrato e complexo que rege a vida humana, muitas vezes determinando o rumo dos acontecimentos, moldando encontros e desencontros. “Amor”, sentimento combustível da nossa existência, que está acima de tudo que é lógico, percorre distâncias, motiva loucuras e desafia a finitude dos dias. Quando se trata de amor, o tempo não segue a engrenagem das horas, dos minutos e dos segundos. O tempo de amar é agora e é para sempre. Essa urgência toma conta dos corações de Maria Vitória (Vitória Strada) e Inácio Ramos (Bruno Cabrerizo) quando se veem pela primeira vez, no meio de uma procissão em Portugal, em 1927. Um amor que arrebata duas pessoas e que enfrentará diversas barreiras é o fio condutor da trama de ‘Tempo de Amar’, de Alcides Nogueira, com direção artística de Jayme Monjardim. A novela estreia no canal internacional da Globo na próxima terça-feira, 26 de setembro, nas Américas, e quarta-feira, dia 27 na Europa, África, Japão e Austrália.

Os olhares de Maria Vitória e Inácio se encontram nas festividades da Semana Santa, na fictícia aldeia Morros Verdes, em Portugal, que parece parada no tempo, apesar das mudanças que aconteceram em todo o mundo após o fim da Primeira Guerra Mundial. Ela, a filha do influente produtorde vinho e azeite José Augusto Correia Guedes (Tony Ramos), o dono da famosa Quinta da Carrasqueira. Ele, um rapaz simples de Sobreiro, vilarejo vizinho, que mora com a tia Henriqueta (Nívea Maria), vive de trabalhos temporários, como a colheita das uvas, e leva uma vida pacata. Apaixonado, Inácio não medirá esforços para lutar pelo amor de Maria Vitória, mesmo com todos os empecilhos que surgirão na vida dos dois dali em diante.

Na visão de Alcides Nogueira, ‘Tempo de Amar’ “é um clássico folhetim, uma novela de amor com muitas reviravoltas. São amores danosos, culpados, plenos, sofridos. Mas sempre o amor é o motor da história”. “A novela fala sobre a força de amar. É uma linda, grande e forte história de amor”, resume o diretor artístico, Jayme Monjardim. Baseada em um argumento de Rubem Fonseca, a trama é escrita em parceria com Bia Corrêa do Lago e conta com a colaboração de Tarcísio Lara Puiati e Bíbi Da Pieve, além da pesquisa de Yara Eleodora.

A trama parte de um argumento original de Rubem Fonseca, um dos mais importantes escritores brasileiros. Rubem é conhecido por seus livros de romance policial, mas foi uma história de amor de sua família que o fez escrever o argumento em parceria com a filha, Bia Corrêa do Lago. A saga dos protagonistas de ‘Tempo de Amar’ é inspirada na aventura real da avó do escritor, que saiu de Portugal deixando a filha pequena – mãe de Rubem – com seus pais para encontrar seu grande amor. Ele havia se mudado para o Brasil a trabalho e, em um determinado momento, parou de enviar suas cartas. A história foi, então, ficcionada por Alcides Nogueira. “O amor fez com que minha bisavó atravessasse o oceano para encontrar o homem pelo qual era completamente apaixonada”, conta Bia, que também é parceira de Alcides no texto da novela. 

 

Portugal, 1927 – Ao redor da Quinta da Carrasqueira

A Quinta da Carrasqueira é a principal propriedade da fictícia aldeia de Morros Verdes. É de lá que saem as uvas e as azeitonas que José Augusto Correia Guedes (Tony Ramos), o homem mais influente e poderoso da região, usa na fabricação de seus vinhos e azeites. Ele é pai de Maria Vitória (Vitória Strada) e mantém com a filha uma boa relação, taxada por alguns de “uma educação sem rédeas”. Apesar da época, e de fazer parte da aristocracia portuguesa, José Augusto escuta os desejos da filha e a incentiva em seus sonhos, fato que ajudou a formar uma jovem tão determinada e corajosa.

Viúvo há muitos anos, José Augusto criou a filha com a ajuda da governanta Delfina (Letícia Sabatella). Ela é filha de uma prostituta e pai desconhecido e foi morar na Quinta da Carrasqueira ainda na adolescência para cuidar dos porcos. Muito esperta e ambiciosa, chegou ao posto de governanta e dividiu com o patrão a responsabilidade na criação de Maria Vitória.

A governanta é amante de José Augusto há muitos anos, antes mesmo do casamento dele com Mafalda, mãe de Maria Vitória. Fruto desse romance proibido, Tereza (Olívia Torres) acha que José Augusto é seu padrinho e Maria Vitória, sua melhor amiga. Mas Delfina já traçou outro destino para a vida da filha, mesmo sabendo que todas as tentativas para que José Augusto perfilhe a jovem tenham sido frustradas.

A Quinta da Carrasqueira faz parte também dos planos do jovem Fernão Moniz (Jayme Matarazzo). Ele é filho do médico da aldeia, o Dr. Álvaro Moniz (Odilon Wagner), muito amigo de José Augusto. Fernão acaba de voltar para Morros Verdes após se formar em Medicina em Coimbra, Portugal, e está certo de que será o futuro esposo de Maria Vitória e, consequentemente, o próximo mandachuva da propriedade. Mas Maria Vitória não leva a sério essa promessa de se casar com Fernão, que surgiu ainda na infância.

Em Sobreiro, vilarejo vizinho a Morros Verdes – aldeia onde está localizada a Quinta da Carrasqueira – mora o jovem Inácio Ramos (Bruno Cabrerizo). Ele vive de trabalhos temporários, como a colheita das uvas, e tem como hobbies tocar bandolim e desenhar. Inácio mora com a tia Henriqueta (Nívea Maria), uma doceira de mão cheia que criou o sobrinho após a morte de seu irmão e sua cunhada. O jovem nunca poderia imaginar que a propriedade de José Augusto estaria em seu destino também ao se apaixonar pela filha do proprietário.

 

O encontro

Durante as festividades da Semana Santa, toda a população de Morros Verdes sai às ruas para acompanhar a procissão. E é lá que os olhares de Maria Vitória (Vitória Strada) e Inácio (Bruno Cabrerizo) se encontram pela primeira vez. Distraído pelo amor que o arrebatou, Inácio tropeça e quase deixa cair o caixão do Senhor Morto, que ajudava a carregar. José Augusto (Tony Ramos) e Fernão (Jayme Matarazzo) logo reprimem o desajeitado pelo incidente. Maria Vitória, já encantada pelo moço de olhos verdes, o defende.

Após a procissão, a jovem avisa ao pai que não seguirá com ele para casa, com o intuito de encontrar o belo rapaz. Ela e Inácio conversam pela primeira vez e se aproximam imediatamente. Os encontros passam a ser constantes, e a paixão só aumenta. Até que Inácio e Maria Vitória se beijam pela primeira vez e ela o convida para sua festa de 18 anos, um grande baile na Quinta da Carrasqueira.

 

A festa de Maria Vitória

A festa de aniversário de Maria Vitória (Vitória Strada) é um acontecimento na aldeia, e Fernão (Jayme Matarazzo) escolhe esta data para pedir a mão da jovem em casamento. Mas ela, além de não aceitar que é prometida do amigo de infância, está completamente apaixonada por Inácio (Bruno Cabrerizo). José Augusto (Tony Ramos), apesar de fazer gosto do relacionamento com o médico recém-formado, não obriga a filha a seguir um caminho que ela não deseja. Maria Vitória então nega o pedido de casamento, despertando a ira de Fernão, preterido por um camponês.

 

Empecilhos não faltam

O namoro de Maria Vitória (Vitória Strada) e Inácio (Bruno Cabrerizo) segue à revelia da família da jovem e em meio a inúmeros obstáculos. O primeiro empecilho leva o nome de Fernão (Jayme Matarazzo), que não se conforma que a paixão de Maria Vitória por um camponês mudou seus planos. Fernão quer acabar com seu concorrente a qualquer custo, e passa a persegui-lo. Em um ataque de fúria, o médico invade a casa de Henriqueta (Nívea Maria) e estraga todos os doces que ela havia preparado para uma grande encomenda. Em outra crise de ciúmes, atira contra Inácio, mas não consegue feri-lo.

Mas outro acontecimento muda o destino do romance dos protagonistas. Antes de conhecer Maria Vitória, Inácio havia aceitado uma proposta de trabalho no Brasil. Por intermédio de Maria Vitória, ele até chega a trabalhar na Quinta da Carrasqueira no período da colheita das uvas, mas é algo temporário. Ele sonha em fazer sua vida do outro lado do Atlântico e consegue um emprego no país. O dono do Empório São Mateus da Lapa, Geraldo (Jackson Antunes), envia uma passagem para que o rapaz embarque rumo ao Brasil. Na véspera da viagem, os dois se entregam à paixão. O casal troca juras de amor e promete lutar pelo reencontro custe o que custar.

 

A gravidez de Maria Vitória e o convento

Maria Vitória (Vitória Strada) leva sua vida normalmente em Morros Verdes após a partida do amado, mas segue contando os dias para revê-lo. Algum tempo depois da viagem de Inácio, ela começa a se sentir indisposta e é Delfina (Letícia Sabatella) quem percebe que ela está esperando um bebê. Ardilosa, a governanta enxerga nesse fato a possibilidade de colocar pai contra filha e, finalmente, conseguir que ele reconheça Tereza (Olívia Torres) – que é muito bem quista por José Augusto (Tony Ramos), mas que, se depender da vontade dele, jamais será reconhecida como uma legítima Correia Guedes.

Maria Vitória escreve para Inácio com a notícia de que está esperando um filho dele. E guarda a sete chaves a foto do amado em frente ao Pão de Açúcar que recebeu junto à primeira correspondência do Brasil. Ela, então, resolve contar para o pai que ele será avô. Mas a reação de José Augusto não é a esperada pela jovem. Apesar de ser um pai que deu certa liberdade à filha, ele é extremamente conservador, membro da aristocracia portuguesa e não esconde sua decepção. A solução encontrada por ele, com a ajuda de Padre João (José Augusto Branco), é enviar Maria Vitória para um convento. À época, em Portugal, os conventos estavam proibidos, mas resistiam clandestinamente.

A jovem tenta fugir, pedindo ajuda a Henriqueta (Nívea Maria), mas uma artimanha de Delfina faz com que ela volte para a Quinta e seja imediatamente levada ao convento. É lá que ela passa o período da gravidez até dar à luz uma menina que ganha o nome Mariana, em homenagem à avó paterna.

Nos primeiros dias, as irmãs do convento trazem a recém-nascida para que a mãe a alimente com leite materno. A Irmã Assunção (Yasmim Gomlevsky), que foi parar ali em uma situação semelhante, faz companhia a Maria Vitória e escuta as angústias da jovem. Depois de alguns dias amamentando sua filha, Maria Vitória percebe uma movimentação diferente no convento e descobre que Mariana foi dada para adoção e levada por um casal.

 

Enquanto isso, no Brasil…

Inácio (Bruno Cabrerizo) está trabalhando no Empório São Mateus da Lapa, propriedade de Geraldo (Jakson Antunes), que está muito satisfeito com o carisma e o comprometimento do português. A freguesia do empório também fica encantada com o jovem recém-chegado. Feliz em seu novo trabalho, Inácio só pensa em voltar para os braços de Maria Vitória (Vitória Strada), como combinaram. Mas, ao receber a carta informando que será pai, decide retornar à sua terra natal com urgência.

Geraldo, entendendo a ansiedade de Inácio, promete ajudá-lo. Avisa que ele pode comprar a passagem de navio para Portugal, pois será seu presente de casamento. Mas diz que, antes de viajar, precisa que o funcionário faça um último trabalho. Ele pede que o rapaz vá até São Vital, cidade vizinha, pagar um de seus fornecedores.

 

Tudo muda para Inácio

Feliz com a proximidade do encontro com Maria Vitória (Vitória Strada), Inácio (Bruno Cabrerizo) segue em seu último serviço no Brasil. Mas, no caminho para São Vital, é assaltado e espancado. O criminoso foge e o deixa desmaiado à beira da estrada. Quem salva Inácio é Lucinda (Andreia Horta), uma jovem reclusa que foi abandonada pelo noivo e se sente culpada pelo acidente que matou sua mãe. Ela voltava de carro de uma rara visita à casa da tia Emília (Françoise Forton), no Rio de Janeiro, quando viu o rapaz estendido no chão.

Filha de um médico renomado, Reinaldo Macedo (Cassio Gabus Mendes), ela conta com a ajuda do pai para cuidar do rapaz que permanece desacordado durante algum tempo. Quando Inácio acorda, descobre que está cego. Lucinda passa, então, a alimentar uma esperança de que ele se apaixone por ela, já que assim jamais verá a enorme cicatriz que ela tem no rosto, ocasionada pela explosão do laboratório de seu pai que vitimou sua mãe.

Mas Inácio, mesmo sendo muito agradecido por Lucinda ter salvo sua vida, só fala em Maria Vitória. Apaixonada pelo rapaz, Lucinda não medirá esforços para impedir esse reencontro. Ela finge escrever cartas para Maria Vitória e Geraldo (Jakson Antunes) a pedido de Inácio. Passa a frequentar o empório para saber se ele recebeu notícias de Portugal e arma para que todos acreditem que Inácio está morto.

 

A fuga de Maria Vitória

Em Portugal, a pedido de Maria Vitória (Vitória Strada), Irmã Assunção (Yasmim Gomlevsky), vai ao porto e constata que Inácio (Bruno Cabrerizo) não desembarcou na data prometida em sua última carta. Desesperada, Maria Vitória desabafa com Delfina (Letícia Sabatella) durante uma visita. A vilã, como estratégia para afastar a filha de José Augusto (Tony Ramos) de seus planos, a estimula a fugir para o Brasil em busca de seu amor e conta para a jovem algo que ela nem imaginava: tem uma tia no país. Maria Vitória consegue escapar e comprar a passagem de uma jovem falecida pouco antes do embarque, chamada Maria do Céu. O objetivo da portuguesa é encontrar Inácio para, juntos, procurarem a filha. Ela entra no navio Royal e segue rumo ao Brasil. Na terceira classe, faz amizade com as irmãs portuguesas Helena (Jessika Alves), Natália (Giulia Gayoso) e Felícia (Amanda de Godoi) e com os italianos Giuseppe (Guilherme Prates) e Tomaso (Ricardo Vianna).

Durante a longa viagem, os jovens usam a criatividade para passar o tempo juntos. Um dia, resolvem se aventurar na primeira classe. E, lá, Maria Vitória é assediada pelo deputado brasileiro Teodoro Magalhães (Henri Castelli). Ele a agarra a força e ela resiste. O imediato do navio percebe a confusão e aborda o deputado em defesa da moça, levando os dois ao encontro do capitão. Falso, o político mente, e a autoridade da embarcação leva Maria Vitória presa. Ela só consegue escapar porque os italianos ameaçam Teodoro dizendo serem da máfia.

 

Os primeiros dias no Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, Maria Vitória (Vitória Strada) segue em busca da casa da tia, mas ao chegar ao endereço dado por Delfina (Letícia Sabatella), o espaço está vazio, e nenhum vizinho sabe o paradeiro de Alzira (Deborah Evelyn) e do marido Bernardo (Nelson Freitas). Ela segue para o empório onde Inácio (Bruno Cabrerizo) trabalhava e descobre que o comércio está fechado e só reabrirá dia 2 de janeiro, dali a alguns dias. Sem ter para onde ir na cidade, acompanha as três irmãs, que acreditam estarem a caminho de um instituto que as ensinará um ofício para trabalhar no país.

Ao chegar ao “instituto”, Maria Vitória logo percebe que ali não é o que as meninas pensam e, sim, um bordel. A Maison Dorée é administrada por Madame Lucerne (Regina Duarte), que traz portuguesas para trabalharem no local. Mas as irmãs precisam passar por um treinamento antes de começarem a perambular pelo salão. Já Maria Vitória, que não se submeterá ao serviço oferecido no espaço, terá que pagar sua hospedagem de outra forma. No mesmo dia que chega, já é colocada no salão para tocar piano e animar os clientes da casa.

O que ela não esperava era encontrar o deputado que a assediou no navio. Teodoro Magalhães (Henri Castelli) é cliente assíduo da Maison e logo reconheceu a jovem ao piano. Ele não vai deixar esse encontro passar em branco e cobra de Maria Vitória – que ele acha que se chama Maria do Céu – a dívida que acredita que ela tenha com ele por conta da confusão na viagem.

Preocupada com o tom ameaçador de Teodoro, Maria Vitória procura a amiga Lena (Jessika Alves) e sugere que as duas fujam dali. Elas seguem para a Confeitaria Zeppole, onde estão os amigos italianos. Enquanto o dia 2 de janeiro não chega, data em que pretende retornar ao Empório São Mateus da Lapa em busca de Inácio, Maria Vitória segue tentando refazer sua vida, mesmo que não seja de forma definitiva. Num desses momentos, a jovem caminha pelas ruas da cidade e quase sofre um acidente. Um cão feroz ameaça atacá-la, mas Vicente (Bruno Ferrari) presencia a cena e espanta o cachorro. Eles se apresentam rapidamente e, no dia seguinte, se encontram por acaso na Confeitaria Zeppole, quando Vicente insiste em conhecê-la melhor. A partir dessa primeira conversa, nasce uma forte amizade entre Maria Vitória e Vicente.

 

Os desencontros

Movidos pelo desejo de se ver novamente, Maria Vitória (Vitória Strada) e Inácio (Bruno Cabrerizo) seguem pensando um no outro a todo instante. Mas as artimanhas de Lucinda (Andreia Horta) fazem com que o encontro fique cada vez mais distante. Enquanto Inácio acha que sua amada está casada com outro rapaz e muito longe do Brasil, Maria Vitória será levada a crer que Inácio realmente está morto. Mas os jovens nunca esquecem o amor que os uniu em Portugal.

Em Morros Verdes, José Augusto (Tony Ramos) se decepciona ao descobrir que a filha fugiu. E o arrependimento faz com que o agora avô busque de todas as maneiras descobrir o paradeiro da neta Mariana, que foi adotada por um casal. Ele também não desiste de encontrar novamente a filha Maria Vitória, e uma viagem para o Brasil talvez seja inevitável. Enquanto isso, Delfina (Letícia Sabatella) segue armando para que o patrão jamais encontre filha e neta.

 

A efervescente sociedade carioca

Alzira (Deborah Evelyn), a tia que Maria Vitória (Vitória Strada) descobriu que tinha pouco antes de sair de Portugal, mora no Rio de Janeiro com o marido Bernardo (Nelson Freitas) e a filha Celina (Barbara França).  Mas eles perderam muito dinheiro por conta do vício em jogo de Bernardo e saíram do endereço que Maria Vitória tinha. O casal veio para o Brasil há muitos anos junto com a amiga Celeste Hermínia (Marisa Orth), conhecida cantora de fado e que se tornou muito querida na cidade.

Celeste Hermínia, que conta com a fiel escudeira Eunice (Lucy Alves), costuma reunir em sua casa os amigos que fez no país. Entre eles está o Conselheiro Francisco (Werner Shünemann), que é também seu grande amor. Os dois vivem um relacionamento sincero, mas cheio de culpa, já que o Conselheiro é casado com Odete (Karine Teles), que vive em casa sem convívio com a sociedade após um surto psiquiátrico ocasionado pelo parto de um filho morto. Odete vive cercada de cuidados, e o marido não mede esforços para tentar encontrar solução para seu problema.

Conselheiro e Odete criaram como filhos os sobrinhos Vicente (Bruno Ferrari) e Olímpia (Sabrina Petraglia), que ficaram órfãos de pai e mãe. Os dois foram educados da melhor forma e chegaram a estudar fora do país. Vicente é pianista e poeta, e muito ligado a questões políticas. Ele tem como objetivo a criação do Grêmio Cultural Brazileiro, onde serão realizadas apresentações, palestras e outras atividades. Vicente também está às voltas do lançamento de um jornal que reflita as discussões do Grêmio, o Manifestum.

Olímpia, irmã de Vicente, acaba de voltar de Paris. Ela morava com uma tia materna na cidade francesa e namorava um brasileiro. Mas terminou o namoro e voltou para o Brasil. O ex-namorado inconformado vem atrás da jovem e descobre que ela está apaixonada por Edgar (Marcello Melo Jr.), filho de um alemão abastado com uma descendente de escravos.

Os dois enfrentarão muito preconceito da sociedade, que não aceitará o romance. Até mesmo a mãe de Edgar será contra o enlace, por acreditar que o filho sofrerá muita discriminação, o que de fato acontece. Mas Edgar e Olímpia são jovens que lutam por um mundo mais justo. E, ao lado de Vicente e outros personagens, farão isso não somente em suas vidas pessoais, como também no âmbito social. Lutarão por igualdade racial, liberdade política, e pelo direito das mulheres.

 

Belos cenários no Sul e grande produção no Porto do Rio

De um lado, uma estrada moderna que liga duas cidades de um roteiro turístico no Sul do país. Do outro, casas que guardam tradições e fazem com que os visitantes pareçam ter passado por um túnel do tempo. Foi esse outro lado o cenário escolhido pelo diretor artístico Jayme Monjardim para as primeiras gravações de ‘Tempo de Amar’. “O Rio Grande do Sul preserva suas tradições, e conseguimos, com essas locações, imprimir na novela uma atmosfera europeia de anos atrás”, conta Monjardim.

A equipe gravou no Sul em julho, em casas do roteiro turístico Caminhos de Pedra – como a Casa da Erva-Mate e a Cantina Strapazzon – , no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, e em pontos tradicionais de Garibaldi, como o Passeio da Barragem e a estação da Maria Fumaça, entre outros locais. O céu azul e o sol não espantaram o frio do Sul em uma das semanas mais geladas do ano. A equipe da novela enfrentou temperaturas abaixo de zero nas locações.

Antes da viagem, a equipe rodou cenas na Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. O espaço serviu de locação para o convento para onde Maria Vitória é levada ao descobrir que está grávida. A novela ainda fez tomadas grandiosas no Porto do Rio. De um lado, estava representado o Porto de Portugal e do outro o da Cidade Maravilhosa. Foram mais de 250 figurantes por dia. A produção de arte também levou para o local 13 carros da época, entre outros objetos. As cenas mostram as chegadas e partidas dos personagens de Portugal e Brasil. O percurso entre os dois países à época levava mais de três meses para ser concluído.

  

Figurino e caracterização de época, mas com toques modernos

Para compor o estilo dos personagens de ‘Tempo de Amar’, a figurinista Paula Carneiro se baseou em pesquisas sobre a época em que se passa a trama, 1927 a 1930. Mas não ficou presa ao que dizem os livros: “Como Morros Verdes é uma aldeia perdida no tempo foi possível utilizar a licença poética para criar e ter o belo como foco, mas levando em conta que ali é um lugar longe dos centros urbanos, mais rural. Sem a preocupação com o que é certo e o que é errado”, explica. O figurino marca bem a diferença entre os personagens de Portugal, que possuem elementos antiquados e seguem uma linha atemporal, e os que vivem no Rio, na época a capital do país,  efervescente política e culturalmente, onde os personagens se vestirão com o estilo característico da década ­– marcada por vestidos mais retos e na altura dos joelhos, silhueta quadrada, franjas e muitos acessórios de cabelo. A caracterizadora Anna Van Steen também usou o estilo clássico e atemporal para conceber o visual dos personagens portugueses e referências da época para os personagens do Rio de Janeiro.

“O figurino da Maria Vitória (Vitória Strada) é inspirado em ‘Romeu e Julieta’ medieval, com vestidos esvoaçantes. Ela é uma mocinha, mas é uma menina de vanguarda e o figurino acompanha sua personalidade. Ela usa sobreposição de rendas e luvinhas em contraste com bota e jaqueta de couro. É uma heroína forte, que chama atenção quando chega ao Rio por conta do figurino diferenciado”, conta Paula. Para completar o visual da protagonista, Anna escolheu cabelos longos, ondulados e escuros. O par romântico de Maria Vitória, Inácio (Bruno Cabrerizo), terá um estilo rústico, com barba, bigode e cabelo cacheado. Seu figurino terá cores de camisas que não eram típicas da época, com tons mais escuros. E, para marcar seu traço de rapaz trabalhador, as roupas são surradas e gastas.

Assim como Inácio, os demais personagens masculinos de Portugal terão como traço marcante o bigode. “O bigode vai representar a tradição portuguesa nos personagens que vivem em uma aldeia longe de tudo que acontece de novidade do mundo. É o caso de Tony Ramos, que interpreta José Augusto, e Jayme Matarazzo, que dá vida a Fernão Moniz”, explica Anna. Entre os figurinos masculinos, Paula Carneiro destaca alguns personagens: “O Edgar (Marcello Melo Jr.) usa calças curtas, muito comuns na época, mas que serão característica marcante deste personagem. Já o Vicente (Bruno Ferrari) é mais descomposto, usa combinações de texturas e padrões, pois é um cara descolado. Em contraponto, temos o figurino do personagem de Tony Ramos, que é o dono de uma fazenda. Ele anda muito a cavalo, então usa muita calça culote e bota. É um figurino mais sisudo e tradicional português”, explica. 

Para compor o visual severo e sombrio da vilã Delfina (Letícia Sabatella), seu guarda-roupa terá peças rústicas e típicas de Portugal, como o tamanco e os lenços em cores mais fechadas. Mas, por outro lado, é o figurino também que vai apontar a sensualidade que há na governanta de José Augusto (Tony Ramos) com roupas de baixo transparentes reveladas nos momentos de intimidade.

No Rio de Janeiro, os cortes de cabelo também são típicos da época, e a ousadia marca o estilo de vários personagens. “No Rio de Janeiro vemos homens que estão usando a lâmina de barbear com muita frequência, como o deputado Teodoro (Henri Castelli)”. A personagem de Celeste Hermínia (Marisa Orth) terá em suas roupas um costume à frente de seu tempo. Ela usará peças contemporâneas e calças, vestuário que não era comum no guarda-roupa feminino. “A Chanel foi uma grande inspiração na criação do figurino dessa cantora de fado”, conta Paula. Assim como Celeste Hermínia, a personagem Olímpia (Sabrina Petraglia) usará um figurino muito característico da década de 20, mas com elementos que fogem à regra. “Essa personagem veio de Paris, onde tudo acontece, e ela abusa dos acessórios. Fomos um pouco para o oriental, misturando com o clássico da época”, adianta a figurinista.

Anna Van Steen destaca ainda a importância do trabalho de caracterização da personagem de Andreia Horta. Lucinda terá uma grande cicatriz, causada por uma explosão, que será disfarçada com o cabelo, cobrindo boa parte do rosto. Curiosamente, a solução da caracterizadora tem uma inspiração na vida real: a mãe de Anna também usava um penteado semelhante para esconder um corte na face. O figurino de Lucinda quase se confunde com o de Maria Vitória (Vitória Strada), sua rival que habita os sonhos de Inácio (Bruno Cabrerizo).

Cenografia e produção de arte

As pesquisas de referência são fundamentais para o trabalho de cenografia e produção de arte quando se trata de uma novela de época. A busca por imagens do Rio de Janeiro no fim da década de 1920 foram importantes para reproduzir o glamour que a cidade exalava no período. Assim como aldeias portuguesas também serviram de inspiração para a criação da fictícia Morros Verdes. Foram criadas duas cidades cenográficas nos Estúdios Globo. De um lado, a modernidade do Rio de Janeiro do fim dos anos de 1920. Do outro, uma aldeia portuguesa distante dos grandes centros urbanos e com aspecto rural. “O grande diferencial é ter uma cidade com casas de paredes de pedras. Usamos muitas pedras verdadeiras, além de peças de isopor que passaram por um tratamento que testamos muito até conseguir deixar com a textura certa”, conta o cenógrafo Gilson Santos, que divide o trabalho com Erika Lovisi na novela ‘Tempo de Amar’.

A equipe trabalha em parceria com a produção de arte, a cargo de Marco Cortez, que tem fundamental importância na representação dos costumes da época. Malas, passaportes, cartazes, gramofones e muitos outros objetos foram garimpados em antiquários ou feitos especialmente para a novela. A equipe encomendou cestos de vime característico da colheita da uva em Portugal, além de mais de 80 malas de época. Também foi necessária a importação de panelas de ferro típicas de Portugal, além dos carros do período para a composição das cenas.

 Entrevista com o autor Alcides Nogueira

Nascido em Botucatu, Alcides Nogueira se mudou para São Paulo com a família aos 17 anos. Logo depois ingressou na Faculdade de Direito com o objetivo de se tornar diplomata. Começou a trabalhar na Editora Abril e foi lá que conheceu Maria Adelaide Amaral, Walther Negrão e Inácio de Loyola Brandão. Ao deixar o emprego na editora, seguiu para uma temporada na Europa e deu início à produção de textos para o teatro. Em 1981, recebeu o Prêmio Molière pela peça ‘Lua de Cetim’ e no ano seguinte pela adaptação do livro ‘Feliz Ano Velho’, de Marcelo Rubens Paiva. Começou na Globo em 1980 como redator de publicidade, mas o sucesso no teatro fez com que ele fosse convidado para compor a equipe de redatores de teledramaturgia. O primeiro trabalho na área foi ‘Caso Verdade’, em 1982, adaptando histórias enviadas pelos telespectadores. Dois anos depois, trabalhou em parceria com Walther Negrão, em ‘Livre para Voar’. Com o mesmo parceiro, escreveu sua primeira novela como titular, ‘De Quina Pra Lua’ e logo depois ‘Direito de Amar’. Com Ana Maria Morethzsohn trabalhou no texto de ‘O Salvador da Pátria’ e logo depois ‘Rainha da Sucata’, com Silvio de Abreu, com quem ainda colaborou em ‘Deus nos Acuda’, ‘A Próxima Vítima’, ‘Torre de Babel’ e ‘As Filhas da Mãe’. Sua segunda produção como autor principal foi ‘O Amor está no Ar’ e com Gilberto Braga escreveu ‘Força de Um Desejo’, primeira de época de sua carreira. Alcides Nogueira também foi autor das minisséries ‘Um Só Coração’ e ‘JK’, ambas em parceria com Maria Adelaide Amaral. Escreveu ‘Ciranda de Pedra’ e ‘O Astro’ (com Geraldo Carneiro). Recentemente, com Mario Teixeira, escreveu ‘I Love Paraisópolis’ (2015). 

Como você define ‘Tempo de Amar’?

É uma novela de amor com muitas reviravoltas, um folhetim clássico que se passa entre 1927 e 1930, antes da Era Vargas. Gosto de dizer que não é uma história de amor, são muitas histórias de amor. Amores danosos, culpados, plenos, sofridos. O amor é o motor da trama.

Como foi para você ficcionar um argumento do escritor Rubem Fonseca?

Conheço e admiro a obra de Rubem Fonseca, que é incrível. Mas nunca antes tinha trabalhado adaptando algo dele. Foi muito interessante ficcionar uma história da família do escritor, até mesmo por ter como parceira no texto a sua filha Bia Corrêa do Lago. A história central é inspirada nesse texto.  

‘Tempo de Amar’ é uma novela de amor, mas em nome dele, alguns personagens cometem absurdos. Você acha que o amor pode motivar ações egoístas e que prejudicam as pessoas?

Sem dúvida alguma! Às vezes o amor é uma força tão grande que bate de encontro com a personalidade da pessoa. O amor é uma força quase sempre misteriosa. A personagem Lucinda (Andreia Horta), por exemplo, é uma mulher traumatizada porque foi abandonada pelo noivo. Além disso, carrega a culpa da morte da mãe. E ficou marcada com uma cicatriz no rosto. Uma menina linda, deslumbrante com uma grande cicatriz, o que a impede de ser feliz. A vilania dela é outra. Ela tem um sofrimento tão grande que quando encontra Inácio, ela agarra essa chance. Eles acabam vivendo uma relação de proteção. Ela age movida pelo amor e, para conseguir o que quer, não tem escrúpulos nenhum. Ela se aproveita da fragilidade dele para levar à frente esse amor egoísta. Em alguns momentos eu sinto raiva dela ao escrever os textos. E em outros sinto profunda ternura.

As questões históricas do período serão retratadas de que forma na novela?

É muito bom ter contexto histórico como pano de fundo. Essa época é muito rica. Você tem artisticamente, em decorrência do Modernismo, a valorização da brasilidade. Além disso, há a discussão da posição da mulher e do negro. No período temos uma série de transformações profundas, vemos o final da República Velha, Getúlio Vargas que voltou para o sul e ficou lá conspirando, até que tomou o poder no Rio. E aí a coisa muda completamente, a Revolução de 30 é um divisor de águas. Esses acontecimentos vão aparecer na novela. Teremos um grêmio na trama coordenado por Vicente (Bruno Ferrari) e Edgar (Marcello Melo Jr) e ali há uma série de apresentações e discussões políticas, com a repressão que no Brasil sempre existiu. Vamos colocar também a queda da Bolsa de Valores em 1929, o que vai afetar profundamente os cafeicultores. Então, parte dos nossos personagens muito ricos vai entrar num outro período da vida, porque é a decadência mesmo.

A novela se passa no fim da década de 20. Nesse período as mulheres começaram a ganhar espaço. Como você vai retratar esse momento na novela?

É um período muito importante para a questão das mulheres, que deve ser discutida permanentemente. É exatamente nessa época que aparecem as primeiras sufragistas, porque as mulheres não podiam votar, não tinham direito algum. No Rio, nesse final da década de 20, a gente percebe que as mulheres começam a ocupar posições muito importantes mesmo. Na parte artística, em decorrência do Modernismo – que começou em São Paulo em 1922 – é incrível a influência de Tarsila do Amaral, de Anita Malfatti, uma série de mulheres interessantes. A poetisa carioca Gilka Machado lança em 1927 um livro chamado “A mulher nua”, onde ela coloca explicitamente a questão da sexualidade feminina, o que ainda hoje é discutido com pudor. Essa é uma pauta que precisa estar na novela sim, pois é sempre atual.

Você é o autor da novela, mas conta com uma parceira no texto e dois colaboradores. Como é esse trabalho em equipe?

Sempre dei muita sorte com os colaboradores. É a primeira novela da Bia, mas ela é muito criativa, o tempo todo busca histórias e tramas. Ela tem uma formação cultural muito sólida e isso ajuda muito. E o Tarcísio Lara Puiati já escreveu comigo ‘O Astro’ e ‘I Love Paraisópolis’, então existe uma cumplicidade muito grande. A Bíbi Da Pieve tem um trabalho que eu admiro muito, ela vem dos seriados. Ela traz essa experiência que é importante, porque hoje a novela não é mais como antes. Além da pesquisa importantíssima da Yara Eleodora. Porque uma novela de época sem pesquisa não funciona.

Como está sendo o trabalho com Jayme Monjardim?

Como sempre, maravilhoso. Em 1985 em minha primeira novela, que escrevi com o Walter Negrão, a direção era do Jayme. Também era uma novela de época, ‘Direito de Amar’. E eu fiquei com o gosto de quero mais. Ele tem uma sensibilidade, é muito doce e ao mesmo tempo muito direto. É um privilegio trabalhar com ele, tem uma bagagem incrível, ele sabe fazer.

Entrevista com o diretor artístico Jayme Monjardim

Jayme Monjardim começou na televisão em 1977 ao dirigir um especial sobre sua mãe, a cantora Maysa. Já na Globo foi responsável por produções históricas, como ‘Roque Santeiro’ e ‘Direito de Amar’. Em 1998 dirigiu a minissérie ‘Chiquinha Gonzaga’, quatro anos depois trabalhou com Glória Perez em ‘O Clone’ e, posteriormente, em ‘América’. Jayme também dirigiu as minisséries ‘A Casa das Sete Mulheres’ e ‘Maysa, Quando Fala o Coração’. ‘Olga’ foi seu primeiro longa-metragem, anos depois lançou ‘O Tempo e o Vento’ e está prestes a lançar “O avental azul”. De Manoel Carlos, dirigiu ‘Páginas da Vida’ e ‘Viver a Vida’ e com Benedito Ruy Barbosa assinou a direção de ‘Terra Nostra’. Sua novela mais recente foi ‘Sete Vidas’, de Lícia Manzo.

Como você define ‘Tempo de Amar’?

É um folhetim dos grandes, onde o amor é o grande protagonista. A história é toda centralizada no romance de dois jovens que se encontram e se apaixonam, mas que o destino faz com que se separem. Além de falar de amor, a novela é feita com muito amor também. E nós estamos vivendo um momento em que é muito importante falar do amor, de esperança. A história é um ‘Romeu e Julieta’ dos anos 1920.

Qual o principal conceito que você usou para criar a linguagem visual da trama a partir do texto do Alcides?

Estamos trabalhando com uma luz diferenciada. Os cenários traduzem um estado de espírito. Para Morros Verdes, a aldeia  portuguesa,  fizemos uma  cidade toda de  pedra, inspirada  nas  cidades históricas portuguesas. A ideia foi criar uma atmosfera que permite que essa história seja contada de maneira mágica e surpreendente. Ainda em relação à luz, estamos com o diretor de fotografia Nonato Estrela, que é um grande fotógrafo. A ideia é criar uma luz direcional, uma luz que vem da janela, uma única fonte de luz. Esse é o conceito da fotografia da novela, inspirada em Caravaggio. Você vê a entrada da luz, ela ilumina o alvo e deixa tudo em volta num clima mais escuro. Também nos preocupamos em fazer uma diferenciação estética entre os dois grandes cenários da novela. Portugal será mais antigo, medieval. Já o Rio de Janeiro mostra o clima moderno dos anos 20, 30, uma cidade que já passou por grandes transformações. 

Como será a trilha sonora da novela?

É um ponto importante para contar essa história. Estamos fazendo um trabalho musical muito personalizado. Grandes compositores criaram músicas para a novela – Maria Gadú, Djavan, Jorge Vercilo, Zizi Possi, Marcus Vianna. E temos também uma trilha incidental muito bonita, que está sendo toda gravada em Budapeste pelo maestro Alexandre Guerra.

Vocês vão usar imagens de arquivo da época?

Teremos filmes de época do acervo da Cinemateca Portuguesa que mostram o Porto, Lisboa. E também teremos fotos do período do Rio de Janeiro. Essas imagens estão passando por um processo que dá vida a elas, o que é um charme bacana. É uma técnica de projeção de imagens e camera mapping que transforma fotos em vídeo. A união dos vídeos antigos e dessas fotos animadas traz um clima e um posicionamento histórico para a novela.

Que locações do Rio de Janeiro e do Sul você destaca e o que foi considerado na hora de escolhê-las?

Um dos grandes investimentos da novela é em locações. Escolhemos lugares impressionantemente bonitos, poderosos, grandiosos. Quisemos levar para o Sul o clima de Portugal. Temos nossa cidade cenográfica aqui nos Estúdios Globo, mas toda a tradição em termos de imagem nós encontramos em Garibaldi, no Rio Grande do Sul. Lá tem muita colônia italiana, mas com o estilo de vida muito próximo ao dos portugueses. Então, conseguimos criar toda a atmosfera portuguesa em Garibaldi, que é uma zona de produção de vinho, colonos e imigrantes. Lá encontramos também uma atmosfera de época, com uma natureza europeia e construções de pedras incríveis. Também gravamos cenas grandiosas de partida e chegada no Porto do Rio de Janeiro, e na Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói.

A novela tem dois protagonistas estreantes, além de um grande elenco jovem. Mas ao mesmo tempo traz atores experientes como Tony Ramos e Regina Duarte. Como você chegou a esse grupo?

Sempre imaginei que essa novela precisava ter um casal protagonista totalmente novo na televisão, porque a história do Alcides Nogueira é tão poderosa que achei que esse frescor nos ajudaria a contar a história com mais credibilidade. E realmente cheguei a esse grupo maravilhoso pensando que os estreantes deveriam estar cercados por um grande elenco. É incrível poder trabalhar com Tony Ramos, Regina Duarte, Letícia Sabatella, Andreia Horta, Jayme Matarazzo, Marisa Orth, Werner Schünemann, Odilon Wagner, Nivea Maria, Cassio Gabus Mendes, Deborah Evelyn, e tantos outros.

Como está sendo a parceria com Alcides Nogueira?

Essa novela é um presente pra mim, pois eu e Alcides Nogueira nos damos muito bem. Ter uma sintonia grande é fundamental para o trabalho. Confiamos muito um no outro, o que faz com que nos sintamos muito seguros.

 

Perfil dos Personagens

PORTUGAL

Núcleo Maria Vitória

Maria Vitória (Vitória Strada) – Jovem alegre, corajosa e determinada. Mantém uma ótima relação com o pai, José Augusto (Tony Ramos) que leva em consideração seus desejos. Apesar do interesse do amigo de infância Fernão (Jayme Matarazzo), se apaixona por Inácio (Bruno Cabrerizo), por quem vai lutar ao longo da trama.

José Augusto Correia (Tony Ramos) – Produtor de vinho e azeite, dono da Quinta da Carrasqueira e influente na região. Pai de Maria Vitória (Vitória Strada) a quem criou sozinho com certa liberdade. Patrão de Delfina (Letícia Sabatella), que também é sua amante.

Delfina (Letícia Sabatella) – Trabalha para a família de José Augusto (Tony Ramos) desde a adolescência. É amante do patrão, com quem tem uma filha, Tereza (Olívia Torres), que ele não assume. Ajudou a criar Maria Vitória (Vitória Strada) após a morte da mãe da menina. Uma mulher severa e amargurada.

Tereza (Olivia Torres) – Filha de Delfina (Letícia Sabatella) e José Augusto (Tony Ramos). Menina doce e ingênua, que faz tudo que a mãe manda. Não sabe a identidade do pai.

 

Núcleo Inácio

Inácio (Bruno Cabrerizo) – É um jovem simples, honesto e muito trabalhador que demonstra muita gratidão pela tia Henriqueta (Nívea Maria), com quem mora. Se apaixona perdidamente por Maria Vitória (Vitória Strada), seu grande amor ao longo da trama. Vai trabalhar no Brasil, no empório de Geraldo (Jackson Antunes). Ao ser assaltado e ficar gravemente ferido, é salvo e passa a ser cuidado por Lucinda (Andreia Horta).

Henriqueta (Nívea Maria) – Figura maternal, é uma doceira batalhadora que criou o sobrinho Inácio (Bruno Cabrerizo) após a morte do irmão e da cunhada. 

Angélica (Livian Aragão) – Sobrinha de Henriqueta (Nívea Maria) e prima de Inácio (Bruno Cabrerizo). Jovem bonita, alegre, prática e esperta.

 

Núcleo Fernão Moniz

Fernão (Jayme Matarazzo)  Recém-formado em Medicina. Amigo de Maria Vitória (Vitória Strada) desde a infância, é apaixonado e acredita que se casará com a jovem e tomará conta da Quinta da Carrasqueira. Não se conforma em ser preterido por um camponês.

Dr. Álvaro (Odilon Wagner) – Médico e muito amigo de José Augusto (Tony Ramos). Pai de Fernão (Jayme Matarazzo).

Aurora (Inez Viana) – Mulher de Álvaro (Odilon Wagner) e mãe de Fernão (Jayme Matarazzo).

 

Convento 

Irmã Imaculada (Bete Mendes) – Superiora do Convento dos Santos Anjos, para onde Maria Vitória (Vitória Strada) é levada assim que seu pai descobre que está grávida. Dura e objetiva. Não faz concessões. 

Irmã Margarida (Malu Valle) – Braço direito de Irmã Imaculada. Amarga e seca.

Irmã Assunção (Yasmim Gomlevsky) – Foi para o convento obrigada pela família. É amiga e confidente de Maria Vitória (Vitória Strada) no convento.

 

Outros personagens

Padre João (José Augusto Branco) – Pároco de Morros Verdes, muito ligado a José Augusto (Tony Ramos).

Martim (Erik Marmo) – Jovem comerciante de Lisboa, muito bem aparentado. Casado com Josefina (Giselle Prates).

Josefina (Giselle Prates) – Mulher de Martim (Erik Marmo).

Firmino (Joelson de Oliveira) – Motorista da Quinta da Carrasqueira. Homem honesto, do bem, ótimo pai de família.

Figueirinha (Roberto Frota) – Funcionário dos Correios e Telégrafos de Morros Verdes.

 

BRASIL

Irmãs Pacheco

Helena (Jessika Alves) – Faz amizade com Maria Vitória (Vitória Strada) no navio a caminho do Brasil. Na viagem, onde está com as duas irmãs mais novas, começa a namorar o italiano Giuseppe (Guilherme Prates). Conhecida como Lena.

Natália (Giulia Gayoso) – Irmã de Lena (Jessika Alves) e Felícia (Amanda de Godoi). Namora Tomaso (Ricardo Vianna), que conhece no navio. Vai trabalhar na Maison Dorée ao chegar ao Rio com as irmãs.

Felícia (Amanda de Godoi) – Irmã mais nova da família Pacheco também chega ao Rio e vai trabalhar no cabaré de Madame Lucerne (Regina Duarte).

 

Italianos

Giuseppe (Guilherme Prates)  Italiano que faz amizade com as irmãs Pacheco e Maria Vitória (Vitória Strada) no navio em direção ao Brasil. Começa um romance com Lena (Jessika Alves).

Tomaso (Ricardo Vianna) – O italiano também está no navio que segue para o Brasil. Vai namorar Natália (Giulia Gayoso) .

 

Núcleo Celeste Hermínia

Celeste Hermínia (Marisa Orth) – A portuguesa é cantora de fado e se mudou para o Brasil há muitos anos. É amiga de Alzira (Deborah Evelyn) e madrinha de Celina (Barbara França). É uma mulher moderna, à frente de seu tempo, e amante do Conselheiro Francisco (Werner Shünemann).

Eunice (Lucy Alves) – É empregada e amiga de Celeste Hermínia (Marisa Orth). Vai se apaixonar pelo médico Reinaldo (Cassio Gabus Mendes).

Bernardo (Nelson Freitas) – Marido de Alzira (Deborah Evelyn), viciado em jogo e frequentador da Maison Dorée. Pai de Celina (Barbara França).

Alzira (Deborah Evelyn) – Amiga de Celeste Hermínia (Marisa Orth), apesar de serem muito diferentes. Casada com Bernardo (Nelson Freitas) e mãe de Celina (Barbara França). É uma mulher preconceituosa e com pensamento antiquado. Tia de Maria Vitória (Vitória Strada).

Celina (Barbara França) – Filha de Bernardo (Nelson Freitas) e Alzira (Deborah Evelyn). Menina imatura e apaixonada por Vicente (Bruno Ferrari).  Afilhada de Celeste Hermínia (Marisa Orth).

Balbina (Walkiria Ribeiro) – Foi comprada por Bernardo (Nelson Freitas) para ser ama de leite de Celina (Barbara França). Teve um filho com o patrão.

Pepito (Maicon Rodrigues) – Filho de Bernardo (Nelson Freitas) e Balbina (Walkiria Ribeiro), mas não sabe quem é o pai.

 

Família do Conselheiro

Conselheiro Francisco (Werner Shünemann) – Casado com Odete (Karine Teles) e amante de Celeste Hermínia (Marisa Orth). Homem íntegro e muito justo. Criou os sobrinhos Vicente (Bruno Ferrari) e Olímpia (Sabrina Petraglia).  

Odete (Karine Teles) – Mulher do Conselheiro (Werner Shünemann). Surtou com o filho natimorto há 18 anos e vive trancada em casa.

Vicente (Bruno Ferrari) – É um idealista e será responsável pela criação do Grêmio Cultural Brazileiro.

Olímpia (Sabrina Petraglia) – Estudou na França. Defende ideias feministas e vai se apaixonar por Edgar (Marcello Melo Jr.).

Edgar (Marcello Melo Jr.) – Tem pai alemão e mãe afrodescendente. Vai se apaixonar por Olímpia (Sabrina Petraglia) e enfrentará muitos preconceitos para seguir com o relacionamento.

Isolina (Ana Carbat) – Fiel empregada da casa do Conselheiro (Werner Shünemann). Cresceu com Odete (Karine Teles) em sua casa de Jacarepaguá. Pratica os ritos das religiões afro.

Raimundo (Gustavo Arthiddoro) – Empregado que trabalha na casa do Conselheiro (Werner Shünemann).

 

Família de Reinaldo Macedo

Reinaldo (Cassio Gabus Mendes) – Médico respeitado e pai de Lucinda (Andreia Horta). Enfrenta preconceitos para manter seu relacionamento com Eunice (Lucy Alves), empregada de Celeste Hermínia (Marisa Orth).

Lucinda (Andreia Horta) – Filha de Reinaldo (Cassio Gabus Mendes). É uma jovem reclusa traumatizada pelo fim do noivado. Sente-se culpada pela morte da mãe em uma explosão que a deixou marcada na face e se apaixona por Inácio (Bruno Cabrerizo).

Emília (Françoise Forton) – Irmã de Reinaldo (Cassio Gabus Mendes), que adora a sobrinha Lucinda (Andreia Horta). Após a morte do noivo nunca mais se relacionou com ninguém.

Tiana (Eli Ferreira) – Empregada da casa de Reinaldo Macedo (Cassio Gabus Mendes) em São Vital. Faz companhia e serve Lucinda (Andreia Horta), de quem se sente muito próxima.

Gregório (Cristiano Garcia) – Motorista de Reinaldo (Cassio Gabus Mendes) e Lucinda (Andreia Horta). Tem caráter duvidoso e será cúmplice de Lucinda em muitas ações.

 

Maison Dorée

Madame Lucerne (Regina Duarte) – É uma cafetina francesa, dona da Maison Dorée. Mulher misteriosa que guarda muitos segredos de sua vida, além de saber de tudo que acontece no Rio de Janeiro.   

Gilberte (Maria Eduarda Carvalho) – É o braço direito de Lucerne (Regina Duarte) na Maison Dorée.

 

Outros personagens

Geraldo (Jackson Antunes) –Dono do Empório São Mateus da Lapa, emprega Inácio (Bruno Cabrerizo) e o considera como um filho.

Artur (Guilherme Leicam) – Estudante de Direito e amigo de Vicente (Bruno Ferrari). Tímido, apaixona-se por Celina (Barbara França), mas tem dificuldade em se declarar.

Justino (Jorge de Sá) – Motorista de Emília (François Forton), toca violão e formará uma dupla com Inácio (Bruno Cabrerizo). É apaixonado por Tiana (Eli Ferreira).

Otávio (Marcel Otávio) – Amigo de Artur (Guilherme Leicam), Vicente (Bruno Ferrari) e Tomaso (Ricardo Vianna). Suas ideias políticas vão se radicalizando, torna-se republicano radical.

Padre Orlando (Paulo Vespúcio) – Pároco da Matriz de São Vital (Rio de Janeiro), homem simplório e bonachão.

Nicota (Olívia Araújo) – Dona da pensão onde Inácio (Bruno Cabrerizo) se hospeda assim que chega ao Rio de Janeiro para trabalhar no Empório São Mateus da Lapa. Mulher despachada, engraçada, batalhadora

Carolina de Sobral (Mayana Moura) – É uma jovem que Vicente (Bruno Ferrari) conhece na casa de Celeste Hermínia (Marisa Orth) e por quem se apaixona.

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