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O alto custo de viver em Miami: o que brasileiros precisam saber

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Miami segue sendo uma das cidades mais desejadas pelos brasileiros nos Estados Unidos. Seja pela temperatura tropical, pela atmosfera latina ou pelas oportunidades de negócios, a cidade oferece uma mistura atraente de estilo de vida, diversidade e conexões com o Brasil. Mas, à medida que o custo de vida sobe e a realidade econômica se impõe, muitas famílias e empreendedores estão repensando o sonho de viver em Miami.

Miami entre as cidades mais caras dos EUA

De acordo com o RentCafe, o custo de vida em Miami é 21% acima da média nacional e 19% acima da média da Flórida. Em maio de 2025, o aluguel médio de um apartamento ficou em torno de US$ 2.733 por mês. Segundo o Zillow, o valor médio de uma casa em Miami é de aproximadamente US$ 590 mil, enquanto o preço mediano de listagem chega a US$ 635 mil, podendo ultrapassar US$ 676 mil em alguns casos.

O Bankrate confirma essa tendência: o custo de viver em Miami cresceu quase 3% entre 2024 e 2025, impulsionado principalmente pelos aumentos em habitação, transporte e alimentação. Segundo o Bureau of Labor Statistics (BLS), as famílias do sul da Flórida gastam, em média, US$ 71.378 por ano para viver, com habitação, transporte e alimentação representando quase 70% desse total. No entanto, estudos apontam que, para viver com mais conforto e pagar o aluguel sem comprometer mais de 30% da renda, uma família precisa ter uma renda anual em torno de US$ 110 mil, de acordo com estimativas divulgadas pela NBC6 e pela Axios. Isso significa que, embora os gastos médios estejam na faixa dos US$ 71 mil, o valor ideal de renda familiar para garantir estabilidade financeira em Miami é bem mais alto.

O custo de vida pode variar ao longo do ano. Durante o verão, por exemplo, os gastos com energia elétrica sobem consideravelmente por causa do uso contínuo do ar-condicionado.

Inflação no dia a dia

Apesar de o índice oficial de inflação nos Estados Unidos ter sido de 2,2% entre abril de 2024 e abril de 2025, segundo o BLS, muitos residentes da região sentem na própria pele uma alta bem maior. Para as famílias que vivem no sul da Flórida, a inflação percebida é muito mais intensa do que os números oficiais mostram. Isso se traduz em prateleiras onde produtos básicos, como arroz, leite e frango, entre outros, custam consideravelmente mais hoje do que há um ano.

Salários em Miami: de cargos operacionais a empresariais

O salário mínimo na Flórida está em US$ 12 por hora desde julho de 2025, com aumento programado para US$ 13 em 30 de setembro. Para trabalhadores que recebem gorjetas, como garçons ou entregadores, o valor mínimo é de US$ 8,98 por hora, com previsão de subir para US$ 9,98 na mesma data, conforme dados do Workstream.

A média salarial por hora na região metropolitana de Miami gira em torno de US$ 31,88, segundo o BLS. Imigrantes que estão começando nos Estados Unidos, especialmente os que ainda estão se adaptando ou regularizando sua documentação, costumam aceitar atividades de menor remuneração, como limpeza, construção e jardinagem, com ganhos médios entre US$ 16 e US$ 23 por hora. Outros empregos mais simples, como atendente de balcão, repositor de estoque, lavador de pratos ou de carros, ainda pagam o salário mínimo ou pouco acima disso.

Motoristas de aplicativos como Uber recebem, em média, entre US$ 21,86 por hora (dados do Indeed) e US$ 27,88 por hora (Talent.com). Após os custos com combustível, manutenção e taxas, o valor líquido fica geralmente entre US$ 15 e US$ 25 por hora.

Profissionais qualificados com formação em áreas de maior demanda, legalizados e com inglês nativo ou fluente, naturalmente têm remunerações mais altas: cargos de gestão pagam cerca de US$ 64,23 por hora, funções em tecnologia recebem em torno de US$ 52,65, na área jurídica o valor chega a US$ 58,93 e, na saúde, varia de US$ 35 a US$ 45 por hora.

Imigrantes empreendedores em Miami

Segundo o consulado brasileiro em Miami, milhares de imigrantes são donos de negócios na cidade, atuando nos setores de alimentação, beleza, construção, tecnologia, importação e serviços. Esse perfil empreendedor tem ganhado força, mas também enfrenta os desafios de manter um negócio rentável em uma das cidades com maior custo operacional dos EUA. Aluguel comercial, folha de pagamento e encargos são os principais vilões.

Outros custos relevantes: saúde, transporte e educação

Além da moradia, outros fatores pesam no bolso de quem vive em Miami. O seguro de automóvel pode ultrapassar US$ 200 por mês, e manter um carro com combustível e manutenção pode elevar esse custo para mais de US$ 800 mensais. A cidade tem transporte público limitado, o que obriga muitas famílias a terem mais de um carro.

O seguro-saúde para uma família pode variar entre US$ 600 e US$ 1.200 por mês, dependendo do plano escolhido. Educação também é um ponto sensível: escolas públicas de melhor qualidade estão em bairros mais caros, e escolas privadas podem ultrapassar US$ 1.200 mensais por aluno.

Migração interna: saindo de Miami para cidades vizinhas

Com os altos preços, cresce o número de moradores que estão deixando Miami em busca de opções mais acessíveis. Regiões como Homestead, Kendall, Hialeah, Pompano Beach, Margate e Fort Lauderdale têm atraído famílias por oferecerem aluguel mais barato, acesso razoável a Miami e escolas com bom desempenho. Segundo o Axios, em 2024, mais de 34% dos moradores de Miami gastavam mais da metade de sua renda apenas com aluguel. Esse desequilíbrio tem provocado uma verdadeira emigração interna dentro do sul da Flórida.

Oportunidades e desafios no mercado de trabalho

O mercado de trabalho em Miami está aquecido. Entre abril de 2024 e abril de 2025, foram criadas cerca de 33.400 vagas na região metropolitana, com destaque para os setores de educação, saúde, comércio e construção. A taxa de desemprego permanece baixa, entre 2,7% e 2,8%, segundo o BLS. Apesar disso, a maioria dos cargos operacionais não inclui benefícios e pode ter jornadas instáveis. Para quem não fala inglês ou está em processo de regularização migratória, as opções podem ser ainda mais limitadas.

Planejamento é essencial para viver em Miami

Miami oferece qualidade de vida, oportunidades e uma cultura vibrante que acolhe bem o imigrante. Mas viver aqui também exige planejamento financeiro sólido e uma visão realista dos custos. Para muitos, pode fazer mais sentido iniciar a vida em cidades vizinhas, construir estabilidade e, só então, migrar para o coração de Miami.

A quem está chegando ou já vive na região, a palavra-chave é estratégia. Seja para empreender, trabalhar ou simplesmente viver com conforto, entender os números da cidade é essencial para manter os pés no chão e os sonhos de pé.

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