Debora Bloch, Caetano Veloso prestigiam Teresa Canta Noel
Música

Debora Bloch, Caetano Veloso prestigiam Teresa Canta Noel

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Fotos Fred Pontes- Divulgação

Copacabana RJ, quarta-feira dia 25 de abril de 2018

Plateia Vip  prestigiou show no rio, como: Lucinha Araujo, Caetano Veloso, Paula Lavigne, Debora  Block , Gregorio Duvivier e Monique Gardenbeng  assistiram a única apresentação do Show  Teresa Cristina canta Noel, no Teatro Net em Copacabana no Rio de Janeiro.  O show teve participação do sambista Mosquito, na canção “Minha Viola” e sua mãe Hilda, na canção “Último desejo”

 

Release CD  – Teresa Canta Noel, por Caetano Veloso.

Depois da antologia de Cartola, Teresa Cristina decidiu encarar Noel. Isso é um grande acontecimento na trajetória história do samba. Uma cantora negra, tornada referência do samba carioca na virada do milênio, claramente vinculada ao samba de terreiro, canta canções daquele que foi não apenas um dos maiores autores que a canção popular brasileira produziu, mas também quem trouxe a forma desenvolvida no Estácio a partir das casas das tias baianas para o ambiente letrado da classe média. Ouvir Noel na voz de quem cresceu como figura pública mantendo o samba radical nas noitadas da Lapa é experiência profunda com o tempo, com o processo de formação da cultura popular brasileira, com uma parte importante do organismo Brasil. Teresa, que para isso conta mais uma vez com o violão super-samba e pós-bossa nova de Carlinhos Sete Cordas, não é uma cantora vinda do mundo do poeta da Vila.

Criada na Penha – na verdade, na Vila da Penha – Teresa tem a sensibilidade naturalmente mais próxima de quem morou no barracão a que Noel se refere em “Meu barracão” do que do bairro com nome de princesa e habitado por bacharéis do “Feitiço da Vila”. Ela gravou “Feitio de oração” e “Gago apaixonado”, “Onde está a honestidade?” e “O xis do problema” – mas não gravou nem o “Feitiço da Vila” nem “Meu barracão”. E da intrigante polêmica de Noel com Wilson Batista a ênfase cai sobre a inesperada parceria entre os dois: Wilson fez um samba com mais uma letra agressiva contra Noel e este, que gostou da melodia, pôs-lhe novas e misteriosas palavras sobre uma mulher. É o Noel que diz que o samba “não vem do morro nem lá da cidade” que chega primeiro ao coração de Teresa. Desse lugar ela pode ver tudo com tranquilidade.

O canto tranquilo de Teresa é um tesouro que o Rio vem guardando há um bom tempo. Era hora de Noel, um rei em seus próprios domínios, passar pelo filtro dessa voz. Não é coisa pouca. Há uma diferença entre o Noel tal como o conhecemos e o Noel que surge das interpretações dela. Há um mínimo distanciamento que clarifica o complexo acontecimento que foi a entrada desse rapaz branco, que estudou no São Bento e estava à beira da faculdade de medicina, no mundo do samba. Ambos saem enriquecidos e a consciência sobre eles se alarga.

O violão de Carlinhos Sete Cordas é fundamental aqui. Sempre um virtuose inspirado, Carlinhos tinha dado todo o colorido dolorido de suas notas que caem como gotas aos sambas de Cartola. Tive a alegria e a honra de ouvi-lo acompanhar Teresa quase diariamente na série de shows com o repertório do compositor de Mangueira. Trazer todo o tratamento luxuoso dado ao samba negro de terreiro para as canções de Noel Rosa é algo que desenha uma virada na mente do ouvinte atento. É como se uma peça fundamental do quebra-cabeça da nossa história se revelasse. Ouvir Noel na voz de Teresa sobre os arpejos de Carlinhos é ir fundo na experiência da nossa formação.

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