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( votes)Os testes genéticos, antes associados quase exclusivamente à detecção precoce de câncer, estão ganhando novos significados na medicina atual. Com maior acessibilidade e precisão, esses exames vêm se consolidando como ferramentas preventivas poderosas que ajudam não só no diagnóstico, mas também na personalização de tratamentos e no planejamento familiar.
Arthur Silva, gerente de produtos regional LATAM da QIAGEN, destaca que tecnologias como o PCR em tempo real permitem identificar mutações genéticas com grande sensibilidade, muitas vezes antes mesmo do surgimento de sintomas. “Isso permite decisões médicas mais seguras e personalizadas em todas as fases da vida”, explica.
Confira abaixo cinco formas pelas quais os testes genéticos vêm mudando o cenário da saúde:
1. Diagnóstico precoce de doenças raras
Doenças genéticas raras costumam ser difíceis de identificar. Testes genéticos aumentam as chances de diagnóstico ainda na infância ou até durante a gravidez. Estudos recentes revelam que exames como o sequenciamento genômico impactam diretamente na escolha de tratamentos precoces e mais eficazes.
2. Prevenção personalizada de doenças crônicas
Genética também ajuda a prever a propensão a doenças como diabetes, Alzheimer, hipertensão e intolerâncias alimentares. Com os resultados, é possível indicar check-ups frequentes, ajustar hábitos e implementar estratégias de prevenção antes mesmo do aparecimento dos sintomas.
3. Planejamento familiar mais seguro
Casais que desejam ter filhos podem usar testes genéticos para saber se carregam mutações hereditárias. Com isso, podem tomar decisões informadas sobre reprodução, inclusive com uso de tecnologias como a fertilização in vitro com triagem genética.
4. Tratamentos personalizados (farmacogenética)
Com base no perfil genético do paciente, a farmacogenética permite escolher medicamentos com maior eficácia e menos efeitos colaterais. Isso evita o método de tentativa e erro e promove mais segurança nos tratamentos desde o início.
5. Otimização dos sistemas de saúde
A genética pode reduzir internações, evitar diagnósticos tardios e diminuir custos com exames desnecessários. Para Silva, o grande desafio é tornar essa tecnologia acessível a todos, integrando os testes genéticos ao SUS e às operadoras de saúde de forma estruturada.
Apesar dos avanços, ainda é preciso superar obstáculos como o desconhecimento, a falta de políticas públicas e o alto custo. “A genética pode salvar vidas. Precisamos torná-la parte do cuidado básico”, conclui Silva.
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