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( votes)Criatividade, empreendedorismo, coragem e um imenso amor pela fotografia: esses foram os pontos principais que nortearam a carreira do empresário Carlos Alberto Lanio Silva Pacheco, proprietário da Capture POD, que de motorista de van e gerente de um estúdio fotográfico passou a um negócio inovador que não para de crescer. Entretanto, como todo brasileiro que vence por aqui, ele também teve que driblar as adversidades para que seu sonho se concretizasse.
Pacheco teve passagem pela área corporativa, mas sua paixão sempre foi a fotografia, tanto que fez vários cursos e chegou a ter um minilaboratório em casa. Em 2005, começou a trabalhar como motorista de van de uma empresa localizada em Miami, que alugava todos os tipos de equipamentos para a realização de fotografias profissionais, como produção de catálogos, capas de revistas, fotos editoriais, celebridades etc. Após um ano nessa função, foi convidado a assumir o posto de gerente da empresa.
Depois de se inteirar bem sobre a nova função e o segmento da fotografia, Pacheco começou a ter ideias para montar um negócio dentro da própria empresa em que atuava. “O local em que eu trabalhava tinha uma alta demanda no outono e no inverno, porque estúdios e modelos de locais mais frios vinham para cá para realizar os trabalhos, mas no verão aqui em Miami o movimento era bem fraco, tanto que fechávamos por um mês. Foi aí que comecei a pensar como utilizar todos esses equipamentos e o know-how para não ficarmos parados. Bolei a ideia de levar para dentro dos eventos uma experiência de um estúdio. Levávamos fotógrafo, luzes, iluminação, compressora, enfim, tudo de um estúdio mesmo, e normalmente uma marca ou o evento em si nos patrocinava. Importante frisar que, nessa época, os outros profissionais de fotografia não entregavam nada na hora, tiravam as fotos e botavam depois em um site. A minha visão foi trazer a qualidade da fotografia comercial de high fashion para o mundo de eventos da pessoa comum”, explica Pacheco.
Segundo Pacheco, além de sua criatividade, o novo negócio pôde nascer porque seu ex-chefe lhe dava muita liberdade e, por ser alguém atuando em vários ramos, gostou da ideia e incentivou que o brasileiro fosse em frente.
Novos eventos foram realizados, mas o custo era elevado, pois era preciso levar duas vans cheias de equipamentos para montar um estúdio em outro local, sem contar o trabalho para montar. Segundo Pacheco, muitas pessoas gostavam e até queriam solicitar os serviços, mas achavam caro, pois ficavam acima de US$ 10 mil. O brasileiro então teve a ideia de criar uma cabine fotográfica, pois dessa forma os custos seriam menores e haveria muito mais chances de ser requisitado para outros eventos. “Meu chefe também era dono de uma empresa que fabricava material de alumínio para barcos, foi aí que surgiu a ideia de usar esse material para fazer uma cabine fotográfica portátil. Uma pessoa fez o desenho, os técnicos fizeram o primeiro modelo e atendeu ao que precisávamos”, conta Pacheco.
Para demonstrar que o produto era atraente, Pacheco fez alguns eventos de graça e filas se formaram de pessoas para tirar fotos e outras perguntando quanto custava para alugar a cabine.
Coragem para dar o próximo passo
Os negócios começaram a fluir, mas agora Pacheco tinha que se dividir entre a empresa em que era gerente e a que criara. Foi quando decidiu conversar com seu chefe e explicar que gostaria de seguir com Capture POD. Como eram sócios nessa nova empresa, o chefe lhe fez uma proposta para vender sua parte ao brasileiro. “Ele propôs um valor e eu não pensei duas vezes; vendi um apartamento que tinha, minha futura esposa, meu pai e meu futuro sogro também ajudaram. Prometi a eles que devolveria tudo em quatro anos com 3% de juros e consegui quitar bem antes, com dois anos”, conta o brasileiro.
A Capture POD se solidificou no mercado, oferecendo sistema de matriz com várias câmeras, tecnologia 3D de movimento por congelamento, criação de conteúdo de mídia social para marcas e eventos, cabines interativas de foto e vídeo, cabines de fotos abertas e fechadas, quiosques de mídia social digital, tecnologia de tela verde, fotógrafos de eventos em roaming, análise e relatórios de eventos, pesquisas de marketing e coleta de dados.
O sucesso das cabines fotográficas
As cabines fotográficas obtiveram um destaque tão grande que muitos queriam saber como adquirir uma para terem seu próprio negócio. Novamente, o espírito empreendedor de Pacheco viu uma possibilidade e decidiu que iria fabricá-las. “Vendi mais de 200 para vários estados americanos e para diversas partes do mundo, como Austrália, Canadá, Inglaterra e Nigéria, tive até que deixar uma pessoa encarregada só para isso”, destaca o brasileiro.
Apesar do êxito com a venda de cabines fotográficas, Pacheco afirma que sentiu que atuar como fabricante não lhe trazia a mesma satisfação pessoal que atuar na parte criativa, por isso, decidiu focar em outra frente e passou a alugar as cabines fotográficas com todos os equipamentos e novamente outra ideia sua deu tão certo ao ponto de ele ter que abrir mais dois escritórios, um em Nova York e outro em Los Angeles, para dar conta da demanda. “Com esses dois escritórios mais o aqui de Miami, conseguimos atender o país inteiro. No caso das cabines, após duas ou três locações, elas já se pagam, a partir daí é só lucro”, explica Pacheco.
Foco constante em seu segmento e conselhos
Apesar de uma série de conquistas, Pacheco destaca que nunca se permite entrar na chamada zona de conforto, pois na área onde atua tudo muda rapidamente, por isso é preciso estar sempre atento ao que vem por aí e fazer parcerias estratégicas.
Para quem está pensando em investir ou começar um negócio, Pacheco aconselha: “É importante se associar a quem já está no mercado, não tentar fazer tudo sozinho, fazer um bom networking, se cercando de boas pessoas, não ter medo e nem se desesperar, pois um bom negócio não acontece da noite para o dia, mas, com certeza, se mantiver a mente aberta e muita determinação, conseguirá obter êxito”, finaliza Pacheco.
Foto: Socrates Morilla
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