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O que esperar do turismo pós-pandemia

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Fonte: Pxhere

Desde o começo da crise causada pela pandemia de Covid-19, um dos setores mais impactados foi o de turismo. Junto com as companhias aéreas, a rede hoteleira foi a primeira a sentir o baque das medidas de isolamento social.

A explicação é fácil de entender. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), dois fatores contribuem para a rápida disseminação do novo coronavírus: aglomerações e lugares fechados.

Ou seja, as medidas de contenção da doença – que pode levar a sérias complicações, inclusive à morte -, inviabilizam a utilização de meios de transporte coletivos e também a entrada em pontos turísticos tradicionais.

E ainda impedem os turistas de frequentarem bares, restaurantes e espetáculos artísticos, enfim, tudo do que sobrevive a indústria do turismo.

Sem poder sair de casa e precisando evitar ambientes cheios, as pessoas foram forçadas a cancelarem suas viagens a passeio ou a negócio para evitar a disseminação do vírus.

Segundo pesquisa divulgada pela Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), as empresas que vendem viagens registraram queda de 75% a 90% do faturamento durante o mês de maio, no comparativo com o mesmo período no ano passado. O prejuízo chega a R$ 1,08 bilhão.

Os cancelamentos, que em abril ocorreram em 95% das empresas, foram verificados por 91% delas em maio. De acordo com os entrevistados pela instituição, há uma tendência marcante de constância e ligeira diminuição dos cancelamentos das viagens durante o mês de maio.

Para dar conta da crise, 29% das empresas solicitaram créditos junto ao Governo Federal e outras 16% pretendem seguir no mesmo caminho para evitarem fecharem as portas.

Fortalecimento interno

A expectativa do setor é de que haja aumento na procura por viagens a partir dos próximos meses, especialmente para os destinos nacionais.

Por vontade ou necessidade, os viajantes vão se voltar para o mercado interno. Muitos países como EUA e Europa já anunciaram que turistas brasileiros são personas non gratas em seus territórios, até a segunda ordem.

A justificativa para a medida é a falta de controle no avanço da doença no Brasil, que soma mais de 2,5 milhões de contaminados.

Além disso, a alta do dólar também tem forte influência na busca por destinos nacionais. Com a crise se aprofundando mundo a fora, a moeda americana passa a ser refúgio seguro para a proteção do patrimônio, elevando consideravelmente a sua cotação.

O dólar turismo, usado para arcar com os gastos das viagens internacionais, por exemplo, está cotado a R$ 5,38. No começo do ano, a cotação estava em torno de R$ 4,2.

Apesar disso, ainda não há motivo para comemorações. A expectativa do setor é de redução de faturamento acima de 50% em 2020, que pode significar uma perda de R$ 7,65 bilhões, se comparada ao faturamento de 2019.

Alterações do setor

Para dar conta dessa potencial demanda, o setor de turismo está se preparando. De acordo com a pesquisa da Braztoa, antes da pandemia, 20% das operadoras não atuavam no mercado nacional e a maioria delas já está providenciando a estreia.

Entre as 80% que de alguma maneira atuavam com viagens internas, 45% revelaram estarem envolvidas em melhorias para fortalecer os serviços oferecidos.

Ainda assim, toda a rede relacionada ao turismo terá que passar por reformulações enquanto a vacina não chega.

Além de reforçar a higienização dos ambientes e incentivar que os hóspedes e frequentadores de bares, cafeterias e restaurantes façam a sua parte, esses estabelecimentos terão que operar em capacidade reduzida, garantir o distanciamento adequado e evitar aglomerações.

O processo de retomada será lento e precisará de bastante cautela.

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