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( votes)A curadora mexicana Nina Torres é entrevistada nesta edição especial da Acontece Magazine. Neste mês de novembro, período que antecede a Semana de Arte de Miami, a revista vai abordar tudo que acontece no mundo da arte entre 1 e 4 de dezembro, especialmente o Pavilhão Brasil no Miami River Art Fair em Downtown Miami.
Fundadora e diretora geral da Miami River Art Fair — que este ano tem um pavilhão dedicado aos artistas brasileiros —, Nina é especializada em arte contemporânea da América Latina e em arte mexicana, tendo atuado, em 20 anos, como curadora de mais de 300 exposições ao redor do mundo.
Confira a seguir a entrevista da Acontece Magazine com a curadora.
Nina fale um pouco sobre o seu trabalho como curadora nos Estados Unidos e em outros países.
O meu trabalho como curadora nos EUA começou há muitos anos, quando abri minha primeira galeria, que só funcionava durante quatro meses no ano. Era uma galeria que só abria nas épocas dos leilões de arte latino-americanas. A minha curadoria em outros países é bem variada. Já fiz exposições em Dubai, Singapura, Nova York, Miami, México, Mônaco, Paris e o processo é o mesmo, o que muda é basicamente a seleção da obra para determinadas cidades. O que pode ser uma grande exposição em Nova York não funciona da mesma maneira em Dubai ou outros lugares. Por isso tenho muito cuidado com o que seleciono para cada exposição. Tudo é muito detalhado e há diferentes aspectos a serem observados como, o espaço, a cor das paredes, a arquitetura da galeria, o local em geral.
E a sua galeria Nina Torres Fine Art Gallery? Quais os projetos atuais e futuras exposições?
A Nina Torres Gallery está em constante busca pelo melhor e temos grandes projetos futuros. Vamos continuar fazendo nosso world tour em 2017, fazemos duas exposições ao ano em Nova York com uma parceria. Pelo terceiro ano consecutivo estaremos em Dubai, Mônaco, Singapura, além de todas as exposições de diferentes artistas na galeria, que já temos agendadas. Outro evento importante será a apresentação do nosso show anual da galeria, com artistas que trabalhamos há muito tempo e a criação de dois prêmios: um ao melhor artista representado pela galeria e o melhor booth ou a melhor obra de arte apresentada em qualquer gênero. O vencedor do prêmio terá todo o apoio da galeria de Nina Torres na sua carreira.
Como você vê o cenário artístico em Miami atualmente?
Eu como residente de Miami posso falar de dois cenários. As galerias de Miami que funcionam os 365 dias do ano, e o cenário de um artista que aluga o espaço por uma semana, como acontece durante o Art Basel. O cenário do dia a dia está crescendo em Miami e isso só se consegue vivendo no local, convidando artistas de todas as partes do mundo, oferecendo arte que nunca foi apresentada, enfim esse é o grande cenário de uma galeria de arte em Miami. O outro cenário acontece na primeira semana de dezembro, é a semana da loucura, onde os colecionares, visitantes e curiosos vem a Miami pela arte em si, mas também pelas festas, pela vibração que acontece na cidade. Esses são os dois cenários de Miami em relação à arte.
O que você mais admira em Miami? Quais os seus lugares favoritos na cidade?
Me apaixonei pelo clima. Sol, calor, praia, um paraíso depois de ter vivido dez anos em Nova York. Foi amor à primeira vista. Adoro as culturas: podemos estar em um lugar e falando vinte idiomas ao mesmo tempo (risos). Essa mistura de gente, de idiomas, de cultura é o que me fascina. Meus lugares favoritos na cidade são tantos, como sou uma mulher de arte são museus e galerias. Os restaurantes, também adoro. Miami não perde nada em matéria de gastronomia, para nenhum lugar do mundo. Adoro o Zuma, o Cipriani, o La Cantina.
Para você, qual o diferencial da arte contemporânea brasileira?
Os artistas brasileiros sempre se diferenciam dos outros artistas da América Latina. Tenho o prazer de conhecer grandes escultores brasileiros que têm obras monumentais e conheço também artistas conceituais, pintores. Eles estão sempre retratando o melhor da arte contemporânea na América.
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