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Mulher com Síndrome dos Ovários Policísticos pode engravidar?

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Ginecologista e diretor da clínica Origen tira as principais dúvidas e fala sobre os tratamentos da SOP

Muitas mulheres que tentam engravidar sem sucesso e acreditam que não serão mães, podem, na verdade, apresentar um quadro de disfunção hormonal, que se não investigado, torna-se invisível durante toda a vida. A chamada Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) dificulta a gravidez, mas, se tratada corretamente, permite a realização do sonho da maternidade.

De acordo com o ginecologista e diretor da clínica Origen, em Belo Horizonte, Marcos Sampaio, a infertilidade é um problema recorrente na população mundial e pode ser causada por diversos fatores. Uma dessas causas está associada à Síndrome dos Ovários Policísticos, que afeta cerca de 20% das mulheres em idade reprodutiva.

“Essa disfunção hormonal leva a uma não ovulação mensal, que se torna crônica. Nesse caso, não existe o crescimento de folículos, não há produção dos hormônios estrogênio e progesterona e, consequentemente, não há menstruação. Os folículos não se desenvolvendo, não há ovulação, nem liberação do óvulo, portanto, a fecundação não ocorre”, explica Sampaio.

Quais são os principais sintomas? Irregularidade no ciclo menstrual, aumento dos pelos, surgimento de acne e espinhas, e até alteração na voz são alguns dos sintomas mais comuns. A SOP pode surgir logo após a primeira menstruação ou tardiamente, em resposta a algum gatilho hormonal relacionado com aumento da insulina ou ganho de peso. Embora a medicina não tenha um consenso sobre as causas da doença, nota-se que ela ocorre em maior frequência quando já há um caso anterior na família.

Segundo o ginecologista, o grau de intensidade dos sintomas é diferente em cada mulher. “Quando mais graves, tendem a comprometer a qualidade de vida das pacientes, interferem na autoestima, resultando muitas vezes em transtornos emocionais, como ansiedade e depressão, levando ao afastamento social e comprometendo as relações pessoais. No entanto, tudo isso pode ser controlado, assim como a fertilidade restaurada. O diagnóstico precoce contribui para garantir maior eficácia no tratamento”, acrescenta Sampaio.

Como descobrir se tenho SOP? Para saber se a mulher sofre da Síndrome dos Ovários Policísticos, o ginecologista analisa todos os sintomas, e pede exames, como os de sangue que avaliam os níveis dos hormônios FSH, LH e prolactina. A ultrassonografia também é indicada para verificar se há indícios de aumento do volume ovariano, quando podem ser detectados folículos que não se desenvolveram. Por isso o termo “ovários policísticos”. É importante lembrar que um único sintoma não é suficiente para diagnosticar a doença.

E o tratamento, como é feito? O tratamento da SOP é feito com medicamentos, que se mostram muito eficazes, dispensando procedimentos mais invasivos, como cirurgias. Para as mulheres com SOP que querem ser mães, o tratamento indicado é a indução da ovulação. “O procedimento é a primeira etapa do tratamento pelas três principais técnicas de reprodução assistida (relação sexual programada, inseminação artificial e fertilização in vitro), consideradas padrão para mulheres com SOP e indicadas de acordo com cada caso: usa medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento de mais folículos, obtendo, assim, mais óvulos, aumentando as chances de fecundação em  muitos  casos vale a pena associar medicamentos que reduzem os níveis séricos de insulina  ”, acrescenta o ginecologista Marcos Sampaio.

Para aquelas que ainda não querem ter um bebê e buscam a regulação do fluxo menstrual, adotam-se as pílulas anticoncepcionais com o intuito de equilibrar as disfunções hormonais. Segundo o médico, às mulheres que passam pelo tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos são recomendadas práticas de atividades físicas e dietas saudáveis.

Dr. Marcos Sampaio: médico pela Universidade Federal da Bahia, diplomado em Fertilização in Vitro e investigação biomédica pela Faculdade de Medicina de Valência, na Espanha. Doutor em Ginecologia e Obstetrícia, pós-doutor em Embriologia e Fertilização In Vitro pela Universidade de Melbourne, na Austrália. Atualmente é Médico e Diretor do Centro de Medicina Reprodutiva – Clínica Origen.

Foto: Aditya Romansa / Unsplash

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