User Review
( votes)Ele é querido pelo público e um ator disputado por renomados autores e diretores de novela, cinema e teatro. Depois do sucesso do vilão Félix, de “Amor à Vida”, Mateus Solano trilha uma carreira brilhante com personagens marcantes. No teatro, Solano dá vida a mais um personagem único, ao lado do colega Miguel Thiré, em “Selfie”, comédia de Marcos Caruso, que fala sobre a necessidade compulsiva das pessoas de estarem conectadas o tempo inteiro à internet. Pela primeira vez atuando em uma peça fora do Brasil, Solano se apresenta em Orlando, no dia 13 de janeiro, e em Miami, no dia 21 do mesmo mês. A produção do espetáculo é da BIS Entertainment, produtora que está trazendo o melhor do entretenimento brasileiro para a Flórida, um importante incentivo à exposição da cultura brasileira nos Estados Unidos. E é o ator mesmo quem conta um pouco sobre seu trabalho e sobre “Selfie”, nessa entrevista para a Acontece Magazine. Confira.
Magazine: Mateus, conte um pouco sobre “Selfie” e o seu personagem na peça.
“Selfie” é uma peça que lança uma reflexão muito bem-humorada sobre essa vida hiperconectada que a gente vive hoje… As vantagens, as desvantagens, os exageros… A gente tentou retratar de tudo na peça que fala de como hoje, para a gente ser alguém na vida real, de certa forma a gente tem que ser também alguém no mundo virtual. E que se a gente se perde nesse mundo virtual, a gente também se perde no mundo real e é isso que acontece com meu personagem, o Cláudio. Em um belo dia ele perde todas as informações que tinha no celular e não tem mais como recuperá-las. Assim, ele começa a perceber que não sabe mais muita coisa sobre si próprio e, então, parte em busca de sua própria identidade, em que esbarra em todos os personagens que o Miguel Thiré faz, que são divertidíssimos, que são a mãe dele, a namorada, um amigo, e ele se depara com esse mundo superconectado que a gente vive agora e no qual ele não tem mais o celular.
Você já trabalhou em outras produções com o Miguel Thiré? Como é trabalhar com ele?
Miguel Thiré é uma parceria de muitos anos. Desde 1999 a gente faz peça juntos. A relação em cena com ele é o que eu teria de mais próximo de um trabalho de grupo porque a gente já se conhece em cena, já se entende. Então, uma das coisas mais bacanas de fazer “Selfie’ é essa relação com ele. Trabalhar com Miguel é mais do que bom e nós somos muito diferentes um do outro, então a gente acaba se completando em cena.
Você se identifica com o personagem? É uma pessoa ligada em tecnologia e essa nova era virtual?
Sou uma pessoa conectada até por ser figura pública (tenho meus perfis na internet), mas dou muito mais valor ao mundo real, à vida real e assisto até com um pouco de assombro esse mundo onde a gente se expõe tanto, expõe nossa intimidade, nosso dia a dia. Eu tenho um limite nesse lugar de exposição.
Como foi a resposta do público com “Selfie” no Brasil? As pessoas se identificam com o seu personagem?
“Selfie” teve uma resposta superpositiva em todas as praças a que a gente foi pelo Brasil e acredito que isso se deve ao humor, ao trabalho da gente e também ao tema, que é muito atual e causa uma identificação direta, tanto nos conectados quanto naqueles que não são tão conectados mas convivem com esse mundo hiperconectado todos os dias. Nesse sentido não tem como não se identificar.
Qual a sua expectativa para essa apresentação de “Selfie” na cidade de Orlando?
Não nutro nenhuma espécie de expectativa quando eu realmente não sei o que esperar. Nunca fiz peça fora do Brasil, portanto, estou muito animado, muito curioso para saber como vai ser a resposta. Acredito que o tema da peça hoje é mundial, então, confio na peça, mas não sei o que esperar do público brasileiro na Flórida. Só posso dizer que eu prometo boas gargalhadas.
Você tem essa facilidade em fazer com que o público se apaixone por seus vilões, como o Félix, de “Amor à Vida” e, mais recentemente, o Rubião, de “Liberdade, Liberdade”. Quando você descobriu que faz o “vilão perfeito”?
Agradeço as palavras, mas vilão perfeito nem existe. O que existe em mim é um ator que ama o que faz e que ama entender seus personagens para torná-los mais humanos possíveis. E, portanto, causar uma identificação ou uma repulse no público que o está assistindo. Eu gosto de fazer seres humanos. O Rubião, o Félix… O fato de eles serem vilões é apenas uma das inúmeras características que esses personagens tinham. Talvez por isso o sucesso deles. Não eram apenas vilões. Eram serem humanos com defeitos, fraquezas e coisas admiráveis.
Com tantos trabalhos na TV, cinema e teatro, dá para ter uma preferência?
Em qualquer um dos meios, eu gosto de fazer o que eu faço. O que eu gosto do cinema é quando dá o “ação”. O que eu gosto na novela é quando diz “gravando”. E o que eu gosto no teatro e quando toca o terceiro sinal e eu entro em cena. Fazer o que eu faço é minha maior alegria.
Quais os futuros projetos profissionais? Em que outras produções teremos o prazer de te assistir?
Tem dois filmes para sair no ano que vem: “Benzinho”, de baixo orçamento e de amigos extremamente talentosos (a Karine Telles e o Gustavo Pizzi), e tem “Talvez Uma História de Amor”, que foi filmado em São Paulo e em Nova York e que estou muito curioso para ver. Mas 2017 será um ano de novela, e novela exige 24 horas por dia do meu tempo.
Comente