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( votes)Por Dra. Cindy Shaffer
Baseada nas estatísticas mais recentes, a doença cardiovascular aterosclerótica ainda é a principal causa de morte no mundo. Embora sua incidência esteja em declínio, em geral, ainda estamos longe de uma efetiva estratégia preventiva, porém, não por falta de recursos, e sim por falta do seu uso ou até conhecimento. A maioria dos clínicos, incluindo cardiologistas, ainda utiliza os fatores de risco mais comuns para estratificação do risco cardiovascular. As diretrizes mais validadas são baseadas apenas em fatores clínicos e laboratoriais, como idade, raça, gênero, colesterol, hipertensão e tabagismo, entre outros. Nenhuma, contudo, nos oferece uma resposta precisa da evidência da doença aterosclerótica (ocasionada pela presença de placas de colesterol nas artérias).O método mais popularmente conhecido e que é capaz de mostrar a presença dessas placas é o cateterismo, que é um procedimento invasivo, com seus riscos e contra-indicações e, portanto, nunca deve ser usado como método de triagem.
Entretanto, também podemos identificar algumas dessas placas com um teste de imagem não invasivo que usa uma tomografia, chamada Cálcio Arterial Coronário (CAC) ou escore de cálcio ou escore de Agatston.
O método foi desenvolvido na década de 80 pelo cardiologista Arthur Agatston e pode medir a densidade de calcificação nas paredes das artérias coronárias. Esse achado representa placas de gordura em um estágio mais avançado que já cicatrizaram após uma prévia ruptura, e que agora são chamadas de placas estáveis porque raramente darão problemas futuros. Porém significam a tendência da formação de placas ateromatosas que futuramente poderão causar uma obstrução aguda, levando a um infarto ou angina. Ele utiliza baixos níveis de radiação e deve ser repetido somente a cada 3 ou 5 anos, se indicado. O seu custo é geralmente em torno de US$ 100. CAC de zero representa ausência de doença coronária e no entanto, um risco muito baixo de um evento cardiovascular como o infarto ou derrame nos próximos 10 anos. E com isso, provavelmente evitar o uso de medicamentos, concentrando-se nas mudanças de estilo de vida. Já para escore de 1-100, recomenda-se estatinas, e acima de 100, estática e aspirina.
Portanto, o teste mais precisamente prevê o risco de DCV, ajudando a determinar a necessidade de um tratamento mais agressivo, o uso de medicamentos, e provavelmente melhorando a aderência dos pacientes à mudança de seus comportamentos e uso de seus medicamentos.
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