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( votes)O Transtorno Desintegrativo da Infância (TDI) é uma condição rara e complexa do neurodesenvolvimento que afeta crianças que inicialmente apresentam um desenvolvimento típico, mas que depois enfrentam uma perda significativa de habilidades adquiridas, como linguagem, interação social e coordenação motora. Este quadro causa grande impacto na vida da criança e da família, exigindo atenção especializada e intervenções multidisciplinares.
O que é o Transtorno Desintegrativo da Infância?
Anteriormente considerado um transtorno distinto no manual diagnóstico DSM-IV, o TDI hoje está classificado dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), conforme a atualização do DSM-5. A principal característica do TDI é a regressão acentuada que ocorre após um período inicial de desenvolvimento normal, geralmente entre os 2 e 3 anos de idade. Essa regressão pode variar em intensidade, com algumas crianças perdendo uma maior quantidade de habilidades do que outras.
Principais sinais e sintomas
Os sinais mais comuns do TDI incluem:
- Perda da linguagem e comunicação previamente adquiridas;
- Dificuldade na interação social e no estabelecimento de relações;
- Regressão nas habilidades motoras e cognitivas;
- Alterações comportamentais, como irritabilidade e movimentos repetitivos sem propósito aparente;
- Perda do controle da eliminação de urina e fezes.
Crianças com TDI costumam evitar iniciar diálogos e podem apresentar dificuldades para manter amizades, além de respostas inadequadas em contextos sociais, como não cumprimentar ou responder perguntas.
Causas e diagnóstico
As causas do TDI ainda são pouco compreendidas, mas estudos indicam que fatores genéticos e neurológicos podem estar envolvidos. Diferente de outras condições, o transtorno não é necessariamente hereditário e não possui cura.
O diagnóstico é clínico e realizado por meio de avaliação médica detalhada. Recomenda-se o acompanhamento por neuropediatras, psiquiatras infantis e neuropsicólogos, com a maioria dos casos identificados entre os 3 e 10 anos de idade.
Tratamento e qualidade de vida
Embora não exista cura, o tratamento do TDI visa minimizar os impactos do transtorno e promover a melhor qualidade de vida possível para a criança. Isso inclui a combinação de terapias multidisciplinares, como terapia comportamental, ocupacional, fonoaudiológica e, em alguns casos, uso de medicação.
A participação ativa da família é fundamental. O envolvimento dos pais no acompanhamento das terapias e na rotina da criança é essencial para reforçar o que é aprendido nas sessões e para proporcionar um ambiente acolhedor e estimulante.
Sobre a especialista:
Luciana Brites é CEO do Instituto NeuroSaber, psicopedagoga, psicomotricista, mestre e doutoranda em distúrbios do desenvolvimento pelo Mackenzie. Ela é palestrante e autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem.
Para saber mais:
Visite o Instituto NeuroSaber: https://institutoneurosaber.com.br
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