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( votes)Recentes dados indicam que junho de 2023 foi o mês mais quente já registrado no planeta, marcando o 13º mês consecutivo de recordes mensais de temperatura. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) destacou “ondas de calor generalizadas” e “ciclones tropicais supercarregados”, como o furacão Beryl, como exemplos de fenômenos extremos causados pelas temperaturas elevadas.
A temperatura média global tem estado 1,5°C acima dos níveis pré-industriais durante 12 meses consecutivos, conforme dados do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia. Este junho ficou 1,5°C acima da média estimada para 1850-1900, o período de referência pré-industrial, tornando-se o 12º mês consecutivo a atingir ou romper essa barreira.
A média global dos últimos 12 meses, de julho de 2023 a junho de 2024, está 1,64°C acima da média pré-industrial. Além disso, a temperatura média da superfície do mar em junho de 2024, nas latitudes fora dos polos, foi de 20,85°C, a mais alta já registrada para o mês, e o 15º mês consecutivo com recordes de temperatura do mar.
Celeste Saulo, secretária-geral da OMM, afirmou que esses números “destacam que vamos ultrapassar o nível de 1,5°C numa base temporária com frequência crescente”, enfatizando que junho foi marcado por ondas de calor prolongadas em muitos países, com grandes impactos em todos os aspectos da vida das pessoas.
A especialista também alertou que as temperaturas recordes da superfície do mar são preocupantes para ecossistemas marinhos vitais e fornecem energia para ciclones tropicais intensificados, como o furacão Beryl. No entanto, ela lembrou que rupturas temporárias não significam que a meta de 1,5°C esteja totalmente perdida, pois a meta refere-se ao aquecimento a longo prazo, por pelo menos duas décadas.
Sob o Acordo de Paris de 2015, os países concordaram em manter a temperatura média global a longo prazo bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e fazer esforços para limitá-la a 1,5°C até o final deste século. A comunidade científica tem alertado que um aquecimento acima de 1,5°C pode desencadear impactos climáticos muito mais severos e condições extremas.
Mesmo com o aquecimento global nos níveis atuais, já são observados impactos climáticos devastadores, incluindo ondas de calor extremas, chuvas e secas intensas, redução das camadas de gelo, gelo marinho e geleiras, aumento acelerado do nível do mar e aquecimento dos oceanos. A OMM utiliza seis conjuntos de dados internacionais, incluindo o Copernicus, para seu monitoramento climático, observando que outros conjuntos de dados podem não confirmar a sequência de 12 meses destacada pelo serviço europeu.
Fonte: Onu News: https://news.un.org/pt/story/2024/07/1834206
Foto: Unsplash/Ryan Loughlin
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