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( votes)Um dos nomes mais expressivos da música brasileira contemporânea, o cantor, rapper e compositor Criolo já marcou seu nome na história das sonoridades nacionais algumas vezes desde seu disco de estreia, Ainda Há Tempo (2006). Quinze anos depois, o artista responsável pela primeira live musical brasileira com realidade estendida segue afiado quando o assunto é originalidade e aprofunda seus caminhos criativos em um bate-papo com a jornalista Fabiane Pereira, no programa FARO. Definida pelo cantor como “um oásis musical, cultural e de afeto”, a atração vai ao ar nesta quinta, dia 18 de março, às 22h, pela Nova Brasil FM (ouça aqui).
Expandindo sua criatividade para outras áreas de atuação, o rapper contou sobre a influência de diferentes tecnologias na sua obra. Inspirado pelo rádio que a mãe ouvia quando era criança, ele mantém os olhos atentos às possibilidades que diferentes mídias podem oferecer sem deixar de reconhecer a relevância de meios mais tradicionais. “O rádio tem uma importância muito gigantesca. É o companheiro dos ouvidos e do coração e proporciona a possibilidade de um exercício extremamente prazeroso, que você nem percebe: quando você escuta a voz de uma pessoa, você imagina como ela é e o rádio nos proporciona milhões de cenários”, destaca.
Já no sentido de criações a partir de inovações mais recentes, Criolo tem se dedicado a seu perfil na plataforma Twitch. Lá, o paulistano apresenta o programa CrioloTV e exibiu a CrioloXR – primeira live musical brasileira em realidade estendida (termo que abrange tecnologias como realidade aumentada e realidade virtual). Mesmo com o formato que gera uma experiência mais próxima de uma apresentação presencial, ele deixou claro que a saudade do calor de encontrar o público é certa. “Acredito que essas tecnologias estão viabilizando a criação de tantos trabalhos lindos, cada um a seu jeito para fazer a sua live e levar amor, música e companhia pras pessoas. Mas quando você fala de shows ou festivais, nada supera o encontro. As pessoas querem ver gente e ter contato com essa energia inexplicável que acontece quando a massa se reúne, o povo se abraça e canta junto”, reflete.
Guiado por Fabiane Pereira, o papo ainda passa pelo último single do artista, “Sistema Obtuso”, uma parceria com Tropkillaz. Equilibrando versos que são poéticos ao mesmo passo que colocam o dedo em diferentes feridas sociais, o cantor atribui à mãe, Dona Vilani, o “olhar de aprendizado que a gente tem que ter”. É justamente dessa ótica aberta a novas perspectivas que o artista alimenta sua força criativa. “A força da música e de todas as expressões de arte é combustível pra continuar [na vida artística]. Tem sempre alguma expressão de arte que te tira do lugar não muito legal da mente”, comenta antes de destacar que “tem tanta gente pelo Brasil fazendo coisas magníficas, lindas e significativas”.
Além do rapper, desde sua estreia no dia 25 de fevereiro, o programa FARO também já recebeu a carioca Letrux (ouça aqui), o vocalista do BaianaSystem, Russo Passapusso, no dia 4 de março (ouça aqui) e Céu, na última quinta-feira, dia 11. Na próxima semana, dia 25, Fabiane Pereira conversa com Johnny Hooker, que encerra esse primeiro mês do FARO na Nova Brasil.
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