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( votes)Com apoio de Marcelo Camargo e da Combitrans, piloto brasileiro consolida sua posição nos Estados Unidos e já mira a Fórmula Indy.
O automobilismo brasileiro voltou a sorrir em 2025. Aos 23 anos, Caio Collet encerrou sua segunda temporada completa na Indy NXT como vice-campeão, mostrando que talento, disciplina e apoio estratégico já o levaram ao topo da categoria e o colocam em rota para voos ainda maiores.
Foram dois anos de amadurecimento. Em 2024, Caio conquistou pódios e o título de Rookie of the Year. Em 2025, o crescimento foi ainda mais evidente: três vitórias, três poles e nove pódios confirmaram sua regularidade e a força de sua adaptação ao estilo americano de corrida.
Esses dois anos me transformaram. Aprendi a correr em ovais, a lidar com novas técnicas e métodos. Cheguei com uma cabeça, hoje já penso diferente. Meu sonho é a Fórmula Indy e meu foco imediato é chegar lá e vencer”, afirma.
Entre São Paulo e Indianápolis
A vida de Caio se divide entre São Paulo, onde mantém sua base familiar, e Indianápolis, onde mora durante a temporada. De março a setembro, vive praticamente só nos Estados Unidos. “É como ter duas casas”, diz. Fora das pistas, tenta equilibrar vida pessoal e compromissos.
O apoio que move o projeto
Se talento e esforço são combustíveis, o motor desse projeto tem nome: Marcelo Camargo. Empresário e CEO da Combitrans, ele decidiu apoiar Caio em um momento crucial da carreira.
Marcelo não apenas investiu, trouxe visibilidade e orgulho. Sua empresa está estampada em destaque no carro e no macacão do piloto. E, para deixar claro o tamanho dessa parceria, ele personalizou seu avião particular com a bandeira do Brasil e o nome “Caio Collet Indy NXT Series” em letras gigantes. “O MC Group e a Combitrans aparecem lá também, mas em menor destaque. O importante é que o nome do Caio e do Brasil estejam lá, voando mundo afora”, explica.
“Quando conheci o Caio e sua família, vi seriedade e dedicação. Eu costumo dizer que venho para somar e não para dividir. Apoiar esse projeto é uma forma de dar alegria ao Brasil, de mostrar que a gente também pode projetar talentos fora do país”, completa.
Caio destaca ainda outros parceiros importantes, como a Invent Logística e a própria equipe HMD Motorsports, mas faz questão de ressaltar: “O Marcelo é diferente. Ele não mede esforços, está presente, acredita no projeto. Sem ele, nada disso seria possível.”
Curiosidades dos bastidores das corridas
Pouca gente sabe, mas nas categorias de base e na Fórmula Indy existe uma regra rígida: todos os pilotos precisam ter o mesmo peso total. Isso significa que o peso do piloto, o macacão e os equipamentos devem atingir o mínimo regulamentar.
Peso:
– Se o piloto for mais leve, a equipe precisa compensar com lastro (peso extra no carro). Em alguns casos, pilotos como Caio chegam a carregar água extra no macacão, não apenas para hidratação, mas para equilibrar o peso.
– Se o piloto for mais pesado, o desafio é ainda maior: às vezes é preciso retirar componentes não essenciais do carro para deixá-lo competitivo.
É um detalhe quase invisível para quem assiste na arquibancada, mas que pode significar décimos preciosos por volta e até decidir um campeonato.
Custos:
Outro bastidor são os custos. Uma temporada de Fórmula 3 custa em torno de €1,5 milhão. Na Indy NXT, os valores ficam entre US$ 1,3 e 1,5 milhão. Subindo para a Fórmula Indy, os números passam para US$ 5 a 8 milhões. Já na Fórmula 1, os gastos são de outra ordem: o regulamento impõe um teto de US$ 150 milhões anuais por equipe, sem incluir salários de pilotos e negociações financeiras ligadas a vagas.
Esses bastidores mostram a importância do apoio de patrocinadores como a Combitrans, sem os quais uma carreira desse porte simplesmente não se sustenta.
Orgulho brasileiro
Representar o Brasil é o combustível emocional de Caio. “Só tenho a agradecer. Quero que todos saibam que faço o máximo para representar o Brasil da melhor maneira possível, dentro e fora das pistas”, diz.
O vice-campeonato da Indy NXT em 2025 não é apenas uma conquista pessoal. É também um sinal de que o automobilismo brasileiro segue vivo e de que parcerias inteligentes, como a de Caio e Marcelo, podem devolver ao Brasil a presença que o país tanto sente falta desde Ayrton Senna, Tony Kanaan e Felipe Massa.



















📌 Crédito das imagens: Antonio Martins + @hmdmotorsports /Divulgação











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