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Cães e gatos: tutores devem ficar atentos às doenças mais graves

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FIV, FELV, cinomose, raiva e leishmaniose são patologias que acometem os pets e exigem maior atenção.

Segundo o Censo Pet IPB, realizado pelo Instituto Pet Brasil, o país encerrou o ano de 2021 com 149,6 milhões de animais de estimação. O estudo apontou que os cães e gatos lideram a presença nos lares brasileiros. Essa parceria exige, além de amor e carinho, a responsabilidade dos tutores com a saúde dos pets.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV RJ) informa que há patologias graves que podem acometer os animais de estimação. Entre aquelas que atingem os felinos, estão a FIV e a FELV. Já entre os caninos, o órgão destaca a cinomose, a raiva e a leishmaniose.

Por isso, a recomendação é manter-se atento aos cuidados com pet. Algumas dessas patologias mais graves são desenvolvidas a partir de pequenos deslizes, como a queda da imunidade. Dessa forma, é preciso garantir a boa saúde dos animais de estimação.

As orientações para uma vida plena e saudável aos cães e gatos incluem a visita regular ao consultório veterinário, a atualização frequente da carteira de vacinação e a garantia de um espaço adaptado e limpo para a vivência dos animais.

Conhecer os sintomas das doenças que podem acometer os pets também é considerado um importante passo para preveni-las e tratá-las no estágio inicial, quando os primeiros sinais aparecerem. 

FIV felina

Conhecida como a Aids nos gatos, a FIV é uma doença causada pelo vírus da imunodeficiência felina e atinge o sistema imunológico dos bichanos. Segundo informações da American Association of Feline Practitioners, a patologia é mais comum em machos que não são castrados e que costumam brigar com outros felinos. 

A doença tem três fases diferentes. Na primeira, o animal infectado tende a apresentar febre, aumento de linfonodos e anorexia. A segunda é assintomática. Na terceira, os riscos de morte são maiores, e os sintomas costumam ser lesões de pele, infecção generalizada e doenças secundárias que podem afetar gengiva, boca, pele, trato digestivo e urinário.

Há diferentes exames que mostram o diagnóstico, sendo o mais comum o teste sorológico, conhecido como “teste rápido”. A doença não tem cura, mas é possível melhorar a qualidade de vida do gato através do tratamento paliativo.

A transmissão da FIV se dá por meio da saliva e ocorre em felinos que têm livre acesso à rua. A castração do gato é a principal forma de prevenção, pois evita escapadas para a rua e, consequentemente, o contato com animais infectados. 

Apesar de ser uma doença do mesmo gênero do HIV humano, a FIV felina não causa prejuízos à saúde pública, visto que não é uma zoonose. 

FELV

A FELV é popularmente conhecida como leucemia felina por ser bastante parecida com a patologia que acomete os humanos. De acordo com as informações da American Association of Feline Practitioners, o vírus causador dessa condição é espalhado entre os gatos que vivem juntos. 

A doença é transmitida entre os felinos por meio de mordidas, arranhões, divisão de potes de comida e água, brinquedos ou contato direto. Entre os sintomas mais comuns estão anemia, febre, emagrecimento, disfunções gengivais e alterações comportamentais.  

Estudos científicos apontam que os filhotes são mais suscetíveis à infecção por FELV do que os gatos adultos. O método mais rápido para o diagnóstico é o teste sorológico. 

Segundo a American Association of Feline Practitioners, a doença é altamente contagiosa e não apresenta cura. No entanto, existe uma vacina para a prevenção, mas antes de aplicá-la, é necessário realizar um teste rápido para verificar a presença do vírus. 

Outras atitudes recomendadas para evitar a presença da FELV é a castração do gato e a preferência pela criação em casa. A patologia felina também não é considerada uma zoonose.

Cinomose

É uma doença viral que atinge os cachorros. Segundo um artigo científico da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a patologia é causada por um vírus da família Paramyxoviridae e pertence ao gênero Morbilli virus, que leva o cachorro a desenvolver problemas neurológicos e sistêmicos graves. 

A doença pode ser dividida em três fases: respiratória, gastrointestinal e neurológica, sendo a última a mais grave de todas. A lista de sintomas pode variar, mas de acordo com o CRMV- RJ, os mais comuns são: vômitos, diarreia, corrimento nasal, tosse, pneumonia, tremores musculares, incoordenação motora e convulsões.

O estudo da UFU destaca que a cinomose é uma doença altamente contagiosa e que apresenta uma taxa de mortalidade considerável. A transmissão entre os cães ocorre por meio do contato com secreções e excreções de animais infectados. A patologia afeta mais os filhotes não vacinados. 

O diagnóstico pode ser realizado por avaliação clínica e confirmado com exames laboratoriais. A doença não apresenta cura, e o tratamento é indicado para dar suporte e controlar os sintomas a fim de evitar a evolução para a forma mais grave. 

O melhor método de prevenção para a cinomose, de acordo com a UFU, é a vacinação com a V10, obrigatória nos filhotes. A doença também não é caracterizada como zoonose.

Raiva canina

É outra doença grave e sem cura. Segundo um artigo científico da União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago), a patologia também é conhecida como encefalite rábica ou hidrofobia, sendo uma condição que pode evoluir rapidamente, levando o animal a óbito. 

A raiva canina é causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridade, que se instala no sistema nervoso central e se reproduz nas glândulas salivares por onde ocorre sua eliminação. Por esse motivo, a forma de contágio é pela saliva, mordida, arranhões e lambidas de animais que têm a doença ou objetos contaminados. 

De acordo com o CRMV-RJ, a raiva provoca alterações sensoriais no animal. Dessa forma, a doença é caracterizada pela mudança de comportamento. Inicialmente, o cão fica agressivo e, conforme a evolução da patologia, há a paralisia. 

A forma mais eficaz de prevenir a doença é por meio da vacinação, que é obrigatória. A primeira dose deve ser aplicada em filhotes aos seis meses de idade, com reforço anual. Vale lembrar que a raiva é uma zoonose, ou seja, também pode atingir os humanos.

Leishmaniose canina

Também é uma doença grave à saúde dos cães. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV PR), a patologia é causada por um protozoário, sendo transmitida pela picada de um inseto vetor. 

Logo após a picada, é possível perceber o surgimento de uma pequena lesão na pele do animal e, posteriormente, ocorrem os primeiros sintomas. Entre as manifestações estão: febre, fraqueza, queda do pelo, perda de apetite e crescimento anormal das unhas. 

A patologia pode favorecer o surgimento de outras doenças, já que a imunidade do cão fica comprometida. Assim como a raiva canina, a leishmaniose também é uma zoonose, podendo atingir o sistema imunológico humano. 

Até o momento, não há tratamento eficaz para curar a doença. Dessa forma, os tutores devem buscar orientação do médico veterinário para controlar os sintomas e evitar que o animal transmita a doença. A prevenção é, portanto, uma das maiores formas de combater essa condição. 

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