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Brasil está entre os principais países na rota do tráfico de animais

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Todos os dias diversos animais selvagens são vendidos como mercadorias ou objetos de colecionadores ao redor do mundo. O tráfico ilegal de animais silvestres é responsável por dizimar diversas espécies de animais, incluindo os ameaçados em extinção, como rinocerontes, tigres, elefantes, pinguins e muitos outros.  O tráfico é a terceira maior atividade ilegal do mundo, atrás apenas dos tráficos de armas e drogas, e é impulsionado pela demanda por animais de estimação exóticos, iguarias, joias, decorações e medicamentos tradicionais.

De acordo com dados divulgados pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) estima-se que pelo menos 38 milhões de animais são retirados de seus habitats todos os anos no Brasil e a receita com esta exploração ultrapasse os US$ 2 bilhões. Nove de cada 10 animais traficados morrem antes de chegar às mãos do consumidor final.

“Quando falamos em tráfico de vida silvestre, estamos falando também da ameaça que ele representa à segurança nacional de vários países, à prosperidade econômica e ao estado de direito. No entanto, o que torna tão urgente adotarmos medidas de combate e prevenção ao tráfico é o potencial que essa prática criminosa tem de levar espécies inteiras à extinção e de espalhar doenças”, pontua Pablo Valdez, conselheiro de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Saúde da Embaixada dos EUA, em Brasília. 

O Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade e é um importante país de origem e consumo de produtos de tráfico de animais silvestres. “É fundamental perceber que o tráfico de vida silvestre está presente em todas as camadas da sociedade e saber que toda e qualquer prática ilegal de captura e comercialização, por menor que seja, acaba impactando na sobrevivência de espécies e na biodiversidade em suas regiões. Acredito que as pessoas podem contribuir conscientizando amigos e parentes sobre o tema. Incentivar interessados em criar espécies silvestres a comprarem de criadores autorizados. E claro, denunciar a venda e criação ilegal às autoridades brasileiras”, complementa.

Muitas vezes, o tráfico só é possível por falta de profissionais capacitados para identificar, manusear e realizar apreensões nas rodovias. “As queimadas representam um perigo à biodiversidade porque podem ameaçar espécies endêmicas de flora e fauna. Se pensarmos que animais em fuga ficam mais vulneráveis à captura quando se aproximam das cidades, é sim possível que eles acabem nas mãos de traficantes e se tornem vítimas dessa prática”, alerta Pablo. 

Competição mundial une brasileiros no combate ao tráfico de animais

Para desenvolver soluções criativas e inovadoras para acabar com o tráfico de animais, o Instituto We Are All Smart (WAAS), JUPTER, Founder Institute Brasil e a Missão Diplomática dos EUA no Brasil, promovem a segunda edição do ZOOHACKATHON Brasil, entre os dias 06 e 08 de novembro.

Esta edição, que será 100% online, irá reunir estudantes participantes de todos os estados brasileiros e em qualquer área de atuação, de preferência com conhecimento em desenvolvimento de softwares ou hardwares, design e negócios. “Maratonas como estas são ótimas oportunidades para desenvolvedores, estudantes universitários, ambientalistas, acadêmicos e ONGs brasileiras contribuírem no desenvolvimento de solução para o combate de tráfico de animais, enquanto desenvolvem habilidades para o mercado de startups e tecnologia”, afirma Paloma Lecheta, diretora do Founder Institute BR/JUPTER.  

O ZOOHACKTHON é uma competição global, que acontece simultaneamente em diversas regiões do mundo, incluindo países da Europa, Oriente Médio, África e nordeste da Ásia. O Brasil é o único país da América do Sul que está participando do evento. “Em 48 horas equipes interdisciplinares vão ter acesso a mentorias e ferramentas para propor soluções reais aos problemas de tráfico de animais selvagens”, complementa Lecheta.

ZOOHACKATHON 2020

Data: 06 a 08 de novembro

Objetivo: Criar soluções criativas e inovadoras no combate ao tráfico de animais

Público-alvo: desenvolvedores, designers, empreendedores, estudantes universitários (de qualquer área de atuação), ambientalistas, zoológicos, acadêmicos e ONGs

Local: evento 100% online (inscrições até 05 de novembro)

Inscrições gratuitas: https://zoohackathon.waas.ninja/

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