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Baixa reserva ovariana e sua relação com a infertilidade

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Médico ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva, dr. Marcos Sampaio esclarece as principais dúvidas sobre o assunto

Quando o casal apresenta dificuldades para engravidar, a reserva ovariana é um dos primeiros fatores avaliados. Isso porque a sua importância para a fertilidade feminina é enorme, já que representa a quantidade de folículos da mulher. “Os óvulos estão localizados dentro desses folículos, assim, quando o seu número cai, o que chamamos de baixa reserva ovariana, as chances de uma gestação com tratamento podem diminuir consideravelmente”, explica o ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva, Marcos Sampaio.

O médico relembra que a reserva ovariana está diretamente relacionada à idade da mulher, e começa a diminuir a partir do nascimento, afetando a quantidade dos óvulos. “A partir dos 35 anos a chance de gravidez começa a diminuir pela piora na qualidade dos óvulos e, quando a mulher chega aos 40, esse estoque de folículos ovarianos fica ainda menor”, ressalta o ginecologista.

A relação entre a baixa reserva ovariana e a infertilidade
O médico destaca que, antes de mais nada, é preciso entender o ciclo menstrual. “A mulher nasce com uma quantidade pré-determinada de folículos ovarianos e, a partir da puberdade, uma parte do seu estoque é utilizado a cada mês”.
Ele lembra que é durante o ciclo menstrual que o corpo se prepara para a gestação. “Entre as suas diversas funções, os hormônios atuam em uma parcela dos folículos ovarianos para que eles cresçam. No entanto, apenas um se desenvolve, liberando o óvulo para ser fecundado. Os folículos que não desenvolveram são naturalmente eliminados. Esse processo se repete a cada ciclo até a chegada da menopausa”, diz.

Além da quantidade, a qualidade dos óvulos também é afetada com o tempo, diminuindo a chance de gravidez e aumentando o risco de abortamento espontâneo e alterações genéticas. Mas, além da idade, outros fatores podem resultar em uma baixa reserva ovariana, como doenças que afetam os ovários, por exemplo. Entre as quais destaca-se a endometriose. “Os tratamentos oncológicos, tabagismo também diminuem a reserva. A falência ovariana prematura (FOP), também é conhecida como menopausa precoce, ocorre quando o funcionamento dos ovários é interrompido antes de a mulher completar 40 anos”, destaca Sampaio.

A avaliação da reserva ovariana é um dos exames solicitados durante a investigação da infertilidade feminina e antes de se iniciar tratamento com reprodução assistida. A partir das informações coletadas, o médico consegue avaliar os níveis da paciente e orientar o casal sobre os próximos passos para engravidar. Ela pode ser feita por 3 tipos de exames, são eles: a ultrassonografia transvaginal; as dosagens do hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio antimülleriano.

“A ultrassonografia transvaginal é utilizada para contar o número de folículos antrais da paciente. Quanto maior a quantidade de folículos, maior será a resposta ovariana à estimulação quando houver a necessidade de tratamento. As dosagens hormonais medem os níveis de FSH e estrogênio. Eles atuam diretamente no ciclo menstrual, por isso, o desequilíbrio na produção desses hormônios pode indicar uma baixa reserva ovariana. De forma parecida, medir a produção do hormônio antimülleriano ajuda a estimar quantos óvulos a mulher ainda pode produzir”, explica o ginecologista.

O auxílio da reprodução assistida
As técnicas de reprodução assistida podem ser eficazes mesmo em casos de baixa reserva ovariana, dependendo do nível da paciente. Segundo Sampaio, a técnica mais indicada é a fertilização in vitro (FIV), por ser a mais eficaz e com a maior taxa de sucesso para os casos de infertilidade conjugal. “Ela começa com uma estimulação ovariana para desenvolver mais folículos e aumentar o número de óvulos maduros usados na fecundação. Para isso, a paciente recebe medicamentos hormonais semelhantes aos que são produzidos durante o ciclo menstrual. Quando atingem o tamanho ideal, os folículos são coletados por punção folicular, os óvulos extraídos, selecionados e fecundados em laboratório com os espermatozoides do parceiro. Após alguns dias, os embriões mais saudáveis são transferidos para o útero da paciente”, finaliza o especialista.

Foto: Omar Lopez / Unsplash

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