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( votes)Dra. Gesika Amorim alerta para a importância da avaliação cuidadosa em casos de TEA com outras condições associadas
Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente enfrentam desafios adicionais que vão além do próprio autismo. Esses desafios são chamados de comorbidades — condições que coexistem com o TEA e podem afetar o comportamento, o desenvolvimento e a qualidade de vida. No entanto, identificar essas comorbidades é uma tarefa complexa: muitos sintomas se sobrepõem aos do próprio autismo, dificultando o diagnóstico preciso.
Segundo a Dra. Gesika Amorim — pediatra, especialista em neurodesenvolvimento e saúde mental — uma abordagem cuidadosa, contínua e multidisciplinar é essencial para garantir um tratamento eficaz. “É preciso olhar além do diagnóstico principal e considerar sinais sutis que podem indicar outras condições coexistentes”, explica.
Comorbidades mais desafiadoras de identificar:
- Transtornos de Ansiedade: os sinais se confundem com comportamentos do TEA, como o evitamento social.
- TDAH: desatenção e hiperatividade podem parecer parte do autismo, especialmente em crianças pequenas.
- Distúrbios do Sono: alterações no sono são comuns, mas muitas vezes são normalizadas dentro do espectro.
- Epilepsia: convulsões discretas podem passar despercebidas quando já existem comportamentos atípicos.
- Distúrbios Gastrointestinais: crianças com TEA nem sempre conseguem expressar dor abdominal ou desconforto.
Tratamento: foco na personalização e no cuidado contínuo
O tratamento das comorbidades no autismo requer estratégias integradas:
- Ansiedade e depressão: psicoterapia (principalmente TCC) e, em alguns casos, medicação.
- TOC: técnicas de exposição e prevenção de resposta, além de ISRS.
- TDAH: combinação de medicamentos estimulantes e terapia comportamental.
- Epilepsia: acompanhamento neurológico com anticonvulsivantes específicos.
- Distúrbios do sono: melatonina, higiene do sono e rotinas estruturadas.
O papel da equipe multidisciplinar
Pediatras, neurologistas, psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos devem atuar em conjunto. “A intervenção precoce e o suporte contínuo às famílias fazem toda a diferença para garantir bem-estar e desenvolvimento integral à criança com autismo”, reforça a Dra. Gesika.
👩⚕️ Dra. Gesika Amorim é pediatra, mestre em educação médica, pós-graduada em neurologia, psiquiatria e medicina integrativa. Possui extensão em Harvard em psicofarmacologia e neurologia clínica. Instagram: @dragesikaautismo
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