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( votes)A produção recorde de açúcar no Brasil contribuiu para uma queda global dos preços dos alimentos em setembro, segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O Índice de Preços de Alimentos da agência, que mede mensalmente as principais commodities alimentares, caiu para 128,8 pontos, ante 129,7 em agosto.
O principal responsável por essa redução foi o açúcar, que teve queda de 4,1%, atingindo o menor nível desde março de 2021. A colheita acima do esperado no Brasil, somada às boas perspectivas na Índia e na Tailândia, após chuvas favoráveis e expansão do plantio, ajudou a aumentar a oferta global e, consequentemente, a derrubar os preços.
Os laticínios também registraram retração de 2,6%, com destaque para a manteiga, que ficou 7% mais barata, reflexo da menor demanda por sorvete no Hemisfério Norte e da alta produção na Oceania. O leite em pó e o queijo também tiveram pequenas reduções, influenciados pela concorrência entre exportadores.
O relatório da FAO ainda aponta queda no preço do trigo e do milho, devido às grandes colheitas previstas em países como Brasil, Estados Unidos e Argentina. O arroz ficou 0,5% mais barato e os óleos vegetais recuaram 0,7%, graças aos estoques robustos de palma e soja.
Por outro lado, o setor de carnes seguiu em direção oposta: os preços subiram 0,7%, com a carne bovina atingindo níveis históricos. O aumento foi impulsionado pela forte demanda nos Estados Unidos e pela oferta limitada no mercado internacional. A carne brasileira, em especial, ficou mais cara, apesar das tarifas mais altas impostas pelos EUA.
A FAO também revisou para cima suas previsões de produção global de cereais em 2025, estimada em 2,97 bilhões de toneladas – um crescimento de 3,8% em relação ao ano anterior, o maior aumento desde 2013. As colheitas abundantes e os preços mais baixos devem aliviar parte da pressão inflacionária global sobre os alimentos.
📍 Fonte: ONU News / FAO (03/10/2025)
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