O dilema do Inter de Miami

Sequência de maus resultados coloca em xeque a estratégia do clube

Em 2018, nascia o Inter de Miami com o objetivo de ser um clube capaz de atrair muita mídia e se tornar o mais forte dos Estados Unidos. A primeira parte do plano deu certo mesmo antes do lançamento, pois o co-proprietário era ninguém menos do que o popular ex-jogador inglês David Beckham, que conseguiu atrair e manter os holofotes sobre o seu time. Entretanto, a segunda parte parece cada vez mais distante, e talvez o motivo seja exatamente o excesso de marketing e a pouca preocupação em formar um elenco competitivo.

Desde o começo, Beckham não poupou gastos e passou a contratar jogadores importantes, tais como o argentino Gonzalo Higuaín (vice-campeão mundial em 2014), o francês Matuidi (campeão mundial em 2018), o espanhol Sergio Busquets (campeão mundial em 2010), além de vários outros nomes de diferentes países.

Em 2023, o mundo ficou abismado ao saber que Lionel Messi, um dos maiores jogadores de todos os tempos, iria jogar no Inter de Miami. No ano seguinte, veio o super craque goleador Luis Suárez.

Com tantos nomes de peso, não faltou mídia e marketing em cima do Inter de Miami. O mundo queria ver os jogos do time, uma quantidade absurda de camisas do clube foi vendida, e o estádio estava quase sempre lotado. Entretanto, os resultados quase sempre ficaram muito aquém do esperado.

A inclusão do Inter de Miami no Mundial de Clubes da FIFA foi vista como uma forçada de barra para ter um time com muita mídia na competição, uma vez que, por méritos próprios, não conseguiria, já que outros times da Major League Soccer fizeram campanhas melhores.

Atualmente, o Inter de Miami vive uma fase decepcionante. Foi eliminado da Liga dos Campeões da Concacaf pelo modesto Vancouver Whitecaps, do Canadá. Dias depois, a equipe foi goleada por 4 a 1 pelo Minnesota United, em Saint Paul. Messi estava em campo e, mesmo assim, não pôde evitar o vexame.

Diante desse contexto, surge a dúvida: haverá uma mudança de rota no Inter de Miami ou seguirá apostando em alguns jogadores midiáticos, independente dos resultados? Especialistas afirmam que, se isso ocorrer, o clube perderá, pouco a pouco, o interesse dos fãs e até mesmo dos turistas que vêm a Miami.

Para os especialistas, o caminho ideal seria focar em montar uma equipe equilibrada em todas as posições, pois já ficou claro que não adianta ter dois ou três jogadores fora de série, mas já veteranos, e o restante do elenco não ser competitivo.

Outro ponto importante é dirigentes, comissão técnica e jogadores deixarem o oba-oba de lado e se prepararem para as competições com mais seriedade, e não como se fosse quase uma diversão, um show.

Resta saber: Beckham seguirá apostando em nomes midiáticos ou optará por um time com mais desconhecidos, porém mais efetivos? Um grande dilema.