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( votes)Em uma coletiva realizada em Brasília, o secretário-executivo da ONU para Mudança Climática, Simon Stiell, reforçou que a adaptação climática é urgente e central para o futuro do planeta — e que não se trata de caridade, mas de uma necessidade vital para proteger vidas, economias e ecossistemas. A declaração marca o lançamento do Relatório de Progresso sobre Planos Nacionais de Adaptação, às vésperas da COP30, que acontecerá em novembro, em Belém do Pará.
Stiell afirmou que a conferência será um “teste fundamental da solidariedade global”, destacando que os impactos climáticos estão se intensificando de forma desigual e castigando principalmente países vulneráveis. Segundo ele, a COP30 precisará acelerar o ritmo de implementação das estratégias de adaptação e fechar lacunas no financiamento internacional — incluindo a mobilização de US$ 1,3 trilhão para apoiar países em desenvolvimento.
Avanços e desafios
Até o momento, 67 países já entregaram seus Planos Nacionais de Adaptação à ONU, incluindo 23 Países Menos Desenvolvidos e 14 Pequenos Estados Insulares, que enfrentam os efeitos climáticos de forma mais severa. Stiell classificou o avanço como um “grande compromisso coletivo”, apesar das limitações de recursos e capacidades técnicas.
Ainda assim, o relatório revela obstáculos significativos: dificuldade para acessar fundos climáticos, burocracia, dependência de consultores externos e fragmentação no apoio internacional.
Adaptação é sobrevivência e desenvolvimento
O chefe do clima lembrou a devastação causada pelo furacão Beryl em sua terra natal, a ilha de Carriacou, em Granada, e reforçou que adaptação significa proteger pessoas, infraestrutura, cadeias produtivas, sistemas de saúde e segurança energética.
Mais do que mitigar riscos, ele defende que investir em resiliência climática cria oportunidades de desenvolvimento e prosperidade, chamando a atenção para o “poder transformador” desses investimentos.
“Os investidores não têm mais desculpas”, afirmou, dizendo que os planos nacionais deixam claras as prioridades e necessidades de cada país.
Com o Brasil no centro das atenções globais, a COP30 promete ser decisiva para redefinir a ambição e o compromisso internacional diante de uma crise que já molda o presente — e determinará o futuro.













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