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( votes)Bárbara Paz é o que podemos definir como uma polivalente no mundo do cinema e da TV. Além de atriz, também é diretora e produtora, e está sempre envolvida em um ou mais projetos. Formada pela Escola de Teatro Macunaíma e pelo Centro de Pesquisa Teatral CPT de Antunes filho, atualmente faz parte do grupo TAPA. No teatro, trabalhou em mais de 25 peças, protagonizando espetáculos de Oscar Wilde a Tennessee Williams. Em 2013, pela sua trajetória como atriz, recebeu do Ministério da Cultura a Medalha Cavaleiro 2013, Honra ao Mérito Cultural do Ministério da Cultura. É contratada da TV Globo, onde participou de diversas séries e novelas.
Apresenta o programa A Arte do Encontro, no Canal Brasil. No cinema, como atriz participou de vários longas e curtas-metragens incluindo Meu amigo Hindu, último filme de Hector Babenco ao lado de Willem Dafoe. Como diretora, adentrou o universo dos curtas-metragens, produzindo e dirigindo programas e filmes.
Bárbara estará presente ao Inffinito Brazilian Film Festival of Miami que ocorre este mês e três trabalhos seus farão parte do evento: o longa Por que Você Não Chora?, onde atua como atriz; o curta-metragem ATO, em que é diretora; e o documentário Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, que também tem a sua direção.
Apesar de tantos trabalhos, Bárbara atendeu com extrema gentileza a reportagem da Revista Acontece e falou um pouco sobre sua carreira, vida e projetos. Confira o bate-papo.
Acontece: um dos filmes que estará presente no Inffinito Brazilian Film Festival of Miami é o Por que Você Não Chora? que aborda um tema importante, que é o Transtorno de Personalidade Boderline. Conte-nos um pouco sobre o longa e sua personagem.
Bárbara: Foi um convite da diretora Cibele Amaral, de Brasília, um filme feito com baixo orçamento, mas com muito amor. É uma personagem forte que sofre de Boderline e que está em tratamento. A história aborda psiquismos e como devem ser tratados, porque é uma coisa muita séria, não é uma brincadeira. É inspirada em uma pessoa real que conheci, me aproximei mais e ela me deu toda assistência, o laboratório necessário para entender a Boderline.
Acontece: O curta ATO, que você dirigiu, também fará parte do festival. Conte-nos sobre ele.
Bárbara: Estou muito feliz porque ele acabou de vencer como o melhor curta-metragem de 2022 do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Eu falo que esse filme foi uma cura, um ato sobre a solidão feito no meio da pandemia, ainda sem vacina, nos isolamos em Ouro Preto, Minas Gerais, e eu compus esse pequeno poema sobre a solidão, as pessoas sem palco, sem plateia. Ele é uma premissa de um longa que ainda vou fazer.
Acontece: Você é atriz, diretora e produtora. Conte-nos sobre como é desempenhar tantas funções.
Bárbara: Nunca fui somente atriz, sempre fiz muitas coisas, pintei, escrevi, fotografei, depois passei para câmera e para o vídeo. A direção veio ao longo dos anos, em um namoro pelo cinema, fui estudando fazendo um curta aqui, dirigi o programa no Canal Brasil sobre curtas, também sou produtora, e das minhas obras mais autorais como Ato e Babenco, então venho nesse processo bonito de abertura de portas no meu trabalho, pois ser premiada no primeiro e no segundo filmes, é um voto de confiança que estão me dando e é um caminho que não tem volta.
Acontece: Você costuma ter cuidados com a alimentação e com a parte física?
Bárbara: Sou uma pessoa que me alimento muito bem, sou natureba, faço ginástica e ioga, cuido bastante do corpo e do espírito porque uma coisa não está separada da outra, minha alimentação é saudável e meu exercício é diário.
Acontece: Você considera importante a chegada das plataformas de streaming para quem trabalha com o cinema?
Bárbara: Sem dúvida que estão ajudando muito, porque agora temos mais janelas para apresentar o nosso trabalho. Fora que elas também estão produzindo, então conseguimos parcerias com a Amazon, a Netflix, a Globoplay e mesmo o Mubi, que é super autoral e está crescendo, tem muitos documentários e curtas-metragens. Antes, o povo que não ia a festivais, não tinha a oportunidade de ver essas obras, mas hoje sim, vivemos essa era do ouro documental.
Acontece: Já esteve na Flórida antes? O que gostou?
Bárbara: Estive duas vezes, mas fiquei pouco tempo. Conheci a Disney. Espero ficar mais dessa vez para conhecer mais. Sempre quis participar do Festival Inffinito, mas não dava certo por causa da agenda.
Acontece: Por falar em Inffinito, conte-nos o que pensa sobre a realização de festivais como esse?
Bárbara: Estreitar pontes é muito importante, ainda mais com a cultura sendo podada em nosso país, por isso essas pontes com outros países, como a América são ótimas. Sei que a cidade de Miami abraça esse evento e temos que fazer parte disso.
Acontece: Conte-nos sobre projetos futuros.
Bárbara: Quero desenvolver mais projetos de direção, tenho roteiros e argumentos que estou trabalhando, não sei qual que virá primeiro, mas posso falar que tenho alguns para realizar como diretora.
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