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( votes)O planeta segue aquecendo em ritmo acelerado. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o ano de 2025 deve se tornar o segundo ou terceiro mais quente desde o início dos registros globais, há 176 anos.
De acordo com o novo relatório “Estado do Clima Global”, divulgado nesta quarta-feira (6), os últimos 36 meses foram os mais quentes já observados, com uma média de 1,42°C acima dos níveis pré-industriais — quase no limite do Acordo de Paris.
A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, alertou que será “praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5°C sem ultrapassar temporariamente essa meta”. Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou que “cada ano acima desse limiar trará perdas econômicas, desigualdades e danos irreversíveis ao planeta”.
Oceanos mais quentes e níveis do mar em alta
Mais de 90% do calor retido pelo sistema climático está sendo absorvido pelos oceanos, o que tem agravado a perda de biodiversidade marinha, o derretimento polar e o aumento do nível do mar — que dobrou em relação à década de 1990, atingindo 4,1 mm por ano.
O gelo marinho do Ártico atingiu a menor extensão máxima já registrada, enquanto a Antártida também apresentou recordes negativos. Todos os sistemas glaciares monitorados indicam um balanço de massa negativo, equivalente a 1,2 mm de elevação global do nível do mar.
Gases de efeito estufa batem novos recordes
As concentrações de CO₂, metano e óxido nitroso continuam subindo e atingiram níveis históricos em 2024, tendência que se mantém em 2025. O CO₂ alcançou 423,9 partes por milhão, 53% acima da era pré-industrial.
A urgência de agir
Com os impactos do calor extremo, enchentes, secas e incêndios florestais afetando milhões de pessoas, a OMM defende a ampliação dos sistemas de alerta precoce e a integração de serviços climáticos em políticas públicas.
O relatório servirá de base científica para a COP30, que acontecerá em Belém do Pará, em novembro, e reforça a necessidade de ações coordenadas e ambiciosas para adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
“Os últimos anos nos mostraram que a crise climática não é futura — ela é presente e global”, concluiu Celeste Saulo.













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